A exportação de comerciais é condição fundamental para o desenvolvimento da fábrica de Ovar da Salvador Caetano, defende a administração daquela unidade, sublinhando que tem uma capacidade instalada superior à actual produção.

A unidade nortenha daquele grupo industrial produz actualmente 13 unidades por dia dos modelos da chassis cabine Toyota Dyna e do furgão Hi-ace, tendo capacidade para produzir 80 veículos, caso a proibição à exportação seja levantada.

A fábrica de Ovar tem vindo a produzir aqueles modelos desde o início da década de 1980, mas uma cláusula contratual imposta pela Toyota Motor Corporation impede a Salvador Caetano de vender fora de Portugal.

«A exportação é condição fundamental para o desenvolvimento desta fábrica», afirmou fonte da administração, que solicitou o anonimato.

Para alcançar a capacidade instalada, a fábrica teria de passar a funcionar com quatro turnos de produção, o que implicaria um aumento do emprego na região, segundo a mesma fonte.

O embargo à exportação resulta da estratégia da Toyota em apostar mais nos veículos de passageiros, que são produzidos em Birmingham, Inglaterra e em Valenciennes, no norte de França.

Em termos europeus, a empresa nipónica pretende aumentar a sua produção de veículos de 650 mil este ano para 800 mil em 2005, não tendo ainda anunciado a estratégia para os veículos comerciais, que correspondem a cerca de 8% da produção total.

Em Setembro passado, o vice-presidente da Toyota Motor Europe, admitiu ao Negocios.pt a existência de «alguns atrasos» na definição da estratégia de produção da empresa.

As acções da Salvador Caetano subiam 2,77% para os 2,60 euros (521 escudos).