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Fábrica da Continental em Portugal escapa ao plano de fechos mundiais

A fabricante de peças para automóveis alemã vai operar uma grande reestruturação na próxima década que vai afetar mais de 20 mil empregos e dezenas de operações. A fábrica em Portugal não está entre as afetadas.

Paulo Duarte
25 de Setembro de 2019 às 16:30
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A Continental está a planear uma reestruturação na próxima década que pode pôr em causa cerca de 20.000 empregos nas fábricas de todo o mundo, naquele que é o último esforço da empresa alemã para regressar aos lucros, disse a empresa.

 

O plano de reestruturação deverá custar cerca de mil milhões de euros até 2029, para dar a volta à situação atribulada à segunda maior fabricante de peças para automóveis em todo o mundo. Para além da redução do número de trabalhadores, o plano prevê o encerramento de várias fábricas.

Em Portugal, para já, a empresa não planeia nenhuma alteração, adiantou Vincent Charles, responsável pelas relações com a imprensa, ao Negócios. Acrescentou que "não existe mais nada planeado" para além do que consta no comunicado emitido pela empresa. A fábrica em Lousado, Vila Nova de Famalicão, não está referida no comunicado referido. 

No final de 2018, a fábrica portuguesa empregava mais de 2.150 trabalhadores.

Na Alemanha, onde a empresa está sediada, é onde irão ocorrer as maiores transformações. Estima-se que 7 mil trabalhadores sejam despedidos e a criação de outros, num número muito mais reduzido, em áreas que a empresa considere fundamentais. 

A empresa emprega cerca de 244 mil pessoas em 60 países espalhados pelo mundo.

 

"O programa de transformação 2019-2029 tem dois objetivos principais: aumentar a eficiência e produtividade através de ajustes na organização e no portfólio e um foco maior nos principais áreas de crescimento do futuro", disse a empresa, num comunicado enviado ao Negócios. 

Para isso, "a Continental planeia reduzir os seus custos em cerca de 500 milhões por ano a partir de 2023", enquanto plano de reestruturação deverá implicar um custo de "cerca de 1,1 mil milhões de euros no prazo de dez anos". 

As alterações urgentes da fabricante para se adaptar ao novo cenário de transformação de toda a indústria, onde o desenvolvimento de novo software assume um importante papel, vão levar a que a empresa encerre várias fábricas e acabe com vários negócios em todo o mundo.

No mesmo setor, a francesa Michelin anunciou também o encerramento da sua fábrica em Bamberg, na Alemanha, onde trabalhavam cerca de 858 pessoas, devido à queda de procura de pneus causada pelo aumento de oferta de empresas asiáticas.  

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