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Escalada de preços ameaça produção de baterias da UE, avisa CEO da marca Volkswagen
A UE encontra-se atualmente pressionada por dois flancos, já que além da crise energética agravada pela invasão russa à Ucrânia, a indústria automóvel norte-americana vai receber um impulso dos subsídios ao abrigo de um novo pacote do presidente Joe Biden. Os apoios da UE estão assim "ultrapassados" segundo Thomas Schaefer.
A escalada dos preços da energia pode tornar o investimento nas indústrias alemã e europeia de baterias inviável, o que pode implicar a saída destes centros de produção para outros locais fora do bloco, alertou o CEO da marca Volkswagen, Thomas Schaefer.
"A menos que consigamos reduzir os preços da energia na Alemanha e Europa rapidamente e de forma fiável, o investimento em produção e novas fábricas, praticamente, não será viável", escreveu o CEO no LinkedIn. Assim, caso os preços não desçam "a criação de valor nesta área terá de mudar de lugar", acrescentou.
Para Thomas Schaefer, o esboço desenhado pelos Ministérios da Economia francês e alemão na semana passada, "não vai ao encontro das expectativas, ficando aquém das prioridades".
A UE encontra-se atualmente pressionada por dois flancos, já que além da crise energética agravada pela invasão russa à Ucrânia, a indústria automóvel terá de enfrentar as consequências da lei de redução da inflação dos EUA, que visa proteger a economia norte-americana do aumento dos preços e impulsionar alguns setores, como o dos automóveis elétricos, reduzindo a dependência da China em alguns componentes como é o caso das baterias.
Bruxelas já reagiu ao programa – assente em subsídios – alegando que tal viola as regras da Organização Mundial do Comércio e que discrimina as empresas que não são norte-americanas.
Os programas da UE não se concentram suficientemente no " aumento a curto prazo da industrialização da produção", critica Schaefer além de defender que os apoios estatais do bloco estão "ultrapassados" e são "burocráticos".
O grupo Volkswagen planeia ter seis fábricas de baterias em toda a Europa até 2030, através da empresa de baterias PowerCo.