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Dieselgate: Volkswagen exige mais de mil milhões de euros a ex-CEO

A Volkswagen exige uma indemnização superior a mil milhões de euros a Martin Winterkorn, que era CEO do grupo automóvel aquando do escândalo de manipulação das emissões conhecido por Dieselgate.

Reuters
23 de Abril de 2021 às 18:38
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A Volkswagen exige uma compensação superior a mil milhões de euros ao seu antigo CEO Martin Winterkorn devido ao escândalo de manipulação dos dados de emissões de dióxido de carbono conhecido por Dieselgate, avança esta sexta-feira o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung.

Este valor é o maior de sempre em termos de pedidos de indemnização contra um executivo de uma empresa na Alemanha.

O grupo automóvel germânico escreveu a Winterkorn a exigir o pagamento, sendo que a maior fatia do valor pedido deverá ser coberto pelo seu seguro de responsabilidade, refere o jornal.

Quer a Volkswagen quer uma fonte próxima do ex-CEO declinaram comentar à AFP esta informação.

Em 2015 rebentou o escândalo conhecido como "Dieselgate", tendo a fabricante admitido que tinha instalado software para manipular os valores de emissões em 11 milhões de veículos a gasóleo.

Até ao momento, o grupo alemão já dispendeu mais de 30 mil milhões de euros em multas, custas legais e indemnizações.

Em março, a Volkswagen indicou que iria exigir indemnizações a Winterkorn e a Rupert Stadler, ex-CEO da Audi, por "incumprimento de deveres" relacionados com o escândalo. No entanto, o grupo não revelou os montantes que iria exigir.

Ainda de acordo com o Sueddeutsche Zeitung, o valor a exigir a Stadler "deverá ser muito menor" do que o pedido a Winterkorn.

O gigante automóvel acusa o antigo CEO de não ter agido em julho de 2015 para ter informação "imediata e completa" sobre a utilização de software ilegal nos veículos vendidos na América do Norte entre 2009 e 2015. Adicionalmente, Winterkorn é também acusado de "falhar em garantir que as questões levantadas pelas autoridades dos EUA eram respondidas de forma verdadeira e completa".

Winterkorn, de 73 anos, e outros quatro ex-gestores de topo do grupo Volkswagen vão a julgamento na Alemanha, acusados de fraude comercial organizada e evasão fiscal grave. A pandemia tem adiado sucessivamente o início do julgamento, que atualmente está agendado para começar a 16 de setembro.

Já o julgamento por fraude de Stadler, de 58 anos, começou no ano passado em Munique.

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