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Coindu diz que apoio de 3,9 milhões do PRR no pós-covid foi devolvido em outubro

Empresa especializada na produção de capas para assentos de automóveis e peças decorativas de superfície para interiores, foi comprada há sensivelmente um mês pelo grupo italiano Mastrotto. Vai fechar fábrica em Arcos de Valdevez, que emprega 350 trabalhadores, até ao final do ano.

28 de Novembro de 2024 às 14:21
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A Coindu, empresa portuguesa recém-comprada pelos italianos do Mastrotto, dedicada ao fabrico de interiores em couro e têxteis para automóveis, que vai fechar a fábrica em Arcos de Valdevez com 350 trabalhadores até ao final do ano, garante que devolveu, em outubro, o apoio de 3,9 milhões de euros que recebeu ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 2022.

"Em 2022, a Coindu beneficiou de um empréstimo convertível governamental de 3,9 milhões de euros, no âmbito do PRR portugus, que visava apoiar a recuperação económica pós-Covid. No entanto, apesar desta intervenção — totalmente reembolsada antes do previsto, em outubro de 2024 — a empresa registou uma deterioração gradual das suas condições financeiras, fruto das condições do mercado", refere num anúncio oficial sobre o encerramento da fábrica em Arcos de Valdedez.

O apoio que recebeu no quadro do PRR tem sido um aspeto recordado por diferentes partidos políticos relativamente ao caso da Coindu, descrita como uma das maiores empresas têxteis a operar em Portugal, com receitas superiores a 250 milhões de euros e mais de 2.200 funcionários.

 No comunicado, publicado no seu "site", o CEO do Grupo Coindu, António Cândido, afirma que a decisão de fechar a unidade de Arcos de Valdevez "surge na sequência de uma avaliação aprofundada das condições de mercado e das oportunidades de negócio, o que tornou insustentável a continuação da atividade desta unidade".

"Nos últimos anos, o setor automóvel vem a sofrer uma crescente e profunda transformação, marcada pelo declínio significativo da procura pós-pandemia e pelo aumento da pressão competitiva dos mercados com custos de mão-de-obra mais baixos, nossos concorrentes diretos", uma situação que "conduziu a uma redução gradual dos projetos atribuídos à nossa unidade em Arcos de Valdevez".

Assim, "apesar dos intensos e prolongados esforços, infelizmente não foi possível garantir novas oportunidades de negócio para manter esta fábrica ativa", realça o mesmo responsável, insistindo que a decisão, "embora difícil", reflete "uma necessidade objetiva de garantir a sustentabilidade da empresa".

"Reconhecemos plenamente o impacto humano e social que isso acarreta", pelo que, "por este motivo, com a colaboração do Município dos Arcos de Valdevez, estamos a desenvolver um programa de apoio para ajudar os colaboradores a encontrar novas oportunidades de emprego", acrescenta.

Sustentando que a entrada do Gruppo Mastrotto visa estrategicamente estabilizar a situação, aumentar a competitividade da Coindu e abrir novas oportunidades internacionais", António Cândido destaca que "a principal fábrica portuguesa, em Joane, Vila Nova de Famalicão, continuará as suas operações, com foco nos segmentos 'premium' do mercado automóvel, onde está localizado o centro de inovação tecnológico e o 'headquarter' do Grupo Coindu".

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