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Bilionário da sucata expande império

A empresa dispõe de cerca de 200 mil veículos no seu depósito de ferro-velho, onde se encontram supercarros e veículos comuns, alguns com leves arranhões e outros classificados pelas seguradoras com perda total.

Copart
23 de Novembro de 2019 às 18:00
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O Ferrari 812 Superfast 2019 é uma supermáquina, em qualquer parâmetro. Com 789 cavalos de potência e velocidade máxima de 349 quilómetros por hora, é vendido por cerca de 363 mil dólares.

 

O carro pode ser seu por uma fração do preço, caso seja rápido e não se importe com algumas partes amassadas e arranhões. A Copart vende o modelo azul online com um valor máximo de 91.500 dólares. É apenas um dos quase 200 mil veículos disponíveis no seu depósito de ferro-velho, que inclui supercarros e veículos comuns, alguns com leves arranhões e outros classificados com perda total.

 

O negócio de vender automóveis com defeito nunca foi tão bom para o fundador da Copart, Willis Johnson, nascido em Oklahoma, que transformou os acidentes de carros numa fortuna de 1,9 mil milhões de dólares, segundo o Índice de Bilionários Bloomberg. Com 72 anos, o empresário acumulou uma rede de ferro-velho nos EUA, Brasil, Reino Unido e Médio Oriente e, na semana passada, abriu uma unidade de nove hectares em Berlim. O genro Jay Adair é presidente da empresa e possui uma participação superior a 800 milhões de dólares.

 

As ações da Copart acumulam uma subida de 81% este ano, o que avalia a empresa com sede em Dallas em 20 mil milhões de dólares. Com os avanços tecnológicos, arranjar carros ficou mais caro, o que tende a ser amortizado pelas seguradoras. A expansão internacional também é fator de crescimento, segundo informações divulgadas pela empresa numa teleconferência em setembro. Outro fator: condutores distraídos por telemóveis contribuem para uma oferta abundante de carros à venda pela Copart.

 

Condutores distraídos

"Havia muita preocupação de que a tecnologia de segurança reduzisse os acidentes e, portanto, haveria menos carros para leilão - bom para a sociedade e mau para a Copart", afirmou Craig Kennison, analista da Baird. Mas o aumento de smartphones não foi tido em conta, acrescentou. "Os carros podem ser mais seguros, mas os motoristas estão mais distraídos."

 

Johnson e Adair não quiseram comentar através da porta-voz Fatima Ali.

 

Ao contrário daqueles que ficaram ricos com redes sociais, biotecnologia ou hedge funds, a ascensão de Johnson foi muito mais corajosa.

 

Seis meses após terminar o ensino secundário na Califórnia, Johnson foi convocado para o Exército. Ficou um ano no Vietname onde ganhou a medalha Coração Púrpura e voltou a trabalhar no pátio de ferro-velho do pai.

 

Johnson comprou o seu próprio pátio em 1972 por 75 mil dólares, e vendeu a casa para financiar a compra. A esposa e os dois filhos pequenos foram morar numa autocaravana de dez metros, escreveu na sua autobiografia "Junk to Gold".

 

A autocaravana está muito longe da mansão do Tennessee comprada pelo empresário em 2010 por 28 milhões de dólares, e que pertencia à cantora de música country Alan Jackson. Agora Johnson possui uma ampla coleção de carros clássicos na propriedade próxima a Nashville.

 

(Texto original: This Man Is a Junkyard Billionaire)

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