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Associação processa Mercedes em Portugal e quer indemnização de 4.200 euros a cada cliente afetado pelo "Dieselgate"
A associação de defesa dos consumidores Ius Omnibus intentou uma ação popular contra a fabricante automóvel alemã devido à falsificação de dados sobre as emissões dos veículos. A associação pede uma indemnização de 4.200 euros a cada cliente afetado.
A Ius Omnibus exige que o grupo automóvel alemão repare as viaturas afetadas e indemnize os clientes num valor mínimo de 4.200 euros por veículo afetado.
Segundo a associação, "ao instalar estes dispositivos, a Daimler/Mercedes-Benz conseguiu a homologação dos veículos afetados, apesar de em condições normais estes emitirem mais quantidade de Óxido de Azoto do que é permitido pelo Regulamento de Emissões, prejudicando a saúde humana e o meio ambiente. Os comportamentos da Daimler/Mercedes-Benz causaram ainda danos, por veículo, de pelo menos €4.200, bem como aumentaram artificialmente o valor de aquisição dos veículos e reduziram o seu valor de revenda, causando também danos morais aos titulares".
A Ius pretende que a fabricante germânica "seja condenada a remover todos os dispositivos manipuladores e a indemnizar os consumidores afetados, que não têm de fazer nada para serem representados nesta ação e terem direito a indemnização em caso de sucesso".
A associação refere que os consumidores não terão de suportar qualquer custo e que terão direito a "100% da sua indemnização".
São representados nesta ação popular todos os consumidores residentes em Portugal titulares de automóveis diesel Mercedes-Benz, homologados de acordo com as normas europeias de emissões Euro 5 e Euro 6 (até Euro 6c), que tenham sido colocados no mercado pela primeira vez entre 1 de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2019, que tenham sido matriculados entre 1 de janeiro de 2009 e a data do trânsito em julgado da sentença, nota a associação.
A Ius faz-se representar pelo escritório de advogados Pais de Vasconcelos & Associados.
A Ius Omnibus é "uma associação sem fins lucrativos, criada em março de 2020 e sediada em Portugal, com o objetivo de defender os consumidores na União Europeia e que conta já com associados de vários países. A direção da Ius é composta pela presidente, Sandra Passinhas (Professora da Universidade de Coimbra), e as vice-presidentes Julia Suderow (Professora da Universidade de Deusto) e Maria José Azar-Baud (Professora da Universidade de Paris-Sarclay)".