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Alemanha estará a caminho de impor quotas para carros eléctricos
O Ministério do Ambiente alemão sustenta que sem a imposição de quotas para carros eléctricos o país poderá não conseguir cumprir as metas definidas para a emissão de dióxido de carbono.
Um porta-voz do Ministério do Ambiente da Alemanha, citado pelo Euractiv (site especializado em questões europeias), avisa que se não forem estabelecidas quotas mínimas para a utilização de carros eléctricos o país poderá não cumprir as metas estabelecidas, no âmbito do Acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas, para a emissão de dióxido de carbono.
Além do ministério, controlado pelo SPD, o partido júnior da coligação governamental germânica, também o secretário de Estado do Ambiente, Jochen Flasbarth, anunciou que no próximo Outono deverá ser criada uma comissão destinada a analisar o problema. No entanto, Flasbarth não confirmou quaisquer eventuais planos para o estabelecimento de quotas.
Esta é uma questão sensível, tanto mais que deverá merecer a reprovação de vários elementos do partido (CDU) da chanceler alemã, Angela Merkel, e da CSU, o partido-irmão dos conservadores na Baviera. Ainda mais numa altura em que se aproximam as eleições federais agendadas para o final de Setembro.
Ulrich Lange, porta-voz da CSU para as questões relacionadas com transportes, critica tal possibilidade e lembra que ainda há cerca de meio ano foram introduzidos apoios para a compra de veículos eléctricos. Já a secretaria de Estado do Ambiente acredita que será a própria Comissão Europeia a propor, em breve, a imposição de quotas para carros eléctricos.
Este deverá ser um tema relevante no que resta de campanha até às eleições. Ainda este mês o SPD defendia que a União Europeia deveria promover uma mudança mais acelerada com vista à reconversão do parque automóvel europeu.
A discussão que se verifica agora na Alemanha segue-se às anunciadas decisões da França e do Reino Unido de estabelecerem um prazo (2040) para o fim dos veículos movidos a combustíveis fósseis. Também a Índia (2030) e a Noruega (2025) já anunciaram datas para o fim dos veículos a gasolina e gasóleo. Já a fabricante sueca Volvo anunciou que após 2019 apenas produzirá veículos híbridos ou eléctricos.