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Vinho da Casa do Douro rendeu 1,7 milhões de euros para pagar a credores

A venda de vinhos da Casa do Douro (CD) rendeu cerca de 1,7 milhões de euros que vão ser canalizados para o pagamento de dívidas a credores privados da instituição, disse fonte da comissão administrativa.

João Miguel Rodrigues
06 de Abril de 2018 às 19:40
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A comissão administrativa do património da extinta Casa do Douro, com sede no Peso da Régua, colocou à venda 86.900 litros de vinho do Porto, alguns deles velhos, dos anos 1934, 1935 e 1940 ou 1950.

O responsável pela comissão, Agostinho Santa, disse à agência Lusa que decorreu hoje o ato formal de abertura de propostas para a compra dos vinhos, que renderam 1,7 milhões de euros.

"A venda foi um êxito", afirmou o responsável.

Quinze empresas apresentaram propostas para a maior parte do vinho que foi colocado à venda. Eram 33 lotes vinhos diferentes e só não se venderam três deles.

"Mas, como a oferta superou o preço base, conseguimos fazer o dinheiro que estávamos a prever", salientou.

Agostinho Santa explicou que, agora, vão ser notificadas as empresas que apresentaram as melhores propostas, as quais, após a notificação, têm depois cinco dias úteis para efetuarem o pagamento.

O objetivo foi conseguir fazer negócios na ordem dos 1,7 milhões de euros, necessários para pagar dívidas a credores privados da Casa do Douro, como fornecedores de serviços e produtos.

Puderam participar neste procedimento de alienação comerciantes de vinho generoso e de vinho do Porto, inscritos no Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).

Agostinho Santa salientou que esta venda foi "devidamente planeada" e aprovada pelo Ministério da Agricultura e pelo fiscal único.

Em 2017, foram colocados à venda 81.000 litros de vinho e as receitas foram canalizadas para pagamento de salários em atraso aos trabalhadores.

De acordo com o responsável, o restante vinho da Casa do Douro "vai ter que ser dado em cumprimento das dívidas públicas", estando a decorrer o processo negocial com o Governo.

Vai ser, explicou, nomeada uma comissão para fazer a avaliação dos vinhos.

Criada em 1932, a CD viveu durante anos asfixiada em problemas financeiros, possuindo uma dívida ao Estado que atingiu, segundo o anterior Governo PSD/CDS-PP, cerca de 160 milhões de euros.

A Casa do Douro pública foi extinta em dezembro de 2014, sendo posteriormente aberto um concurso para escolher uma entidade para gerir a CD privada, que foi ganho pela Federação Renovação do Douro.

Em maio de 2016, já com o Governo PS, o parlamento aprovou a criação de uma comissão administrativa para a regularização das dívidas da extinta Casa do Douro e da situação dos trabalhadores.
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