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Vinho: Agricultores pedem ao Governo para ir "mais longe" e alargar apoio a produtores de uva
Confederação Nacional da Agricultura apela ao Governo medida extraordinária de apoio a produtores de uva na sequência do pacote de 15 milhões anunciado pela Comissão Europeia para financiar a destilação temporária de vinho, a fim de eliminar quantidades excedentárias e reequilibrar o mercado.
A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) defende que o Governo deve ir "mais longe" do que o pacote de apoio de 15 milhões de euros anunciado por Bruxelas, "apoiando os produtores de uva e não apenas quem tem capacidade de destilar".
"A necessidade de alavancar medidas de apoio para o setor do vinho é por demais evidente face às dificuldades existentes no mercado, as quais são sentidas de forma agravada pelos pequenos e médios produtores de uva - não produtores de vinho - que ou não conseguem escoar a produção ou quando o conseguem o fazem a preços muito baixos", diz a CNA, num comunicado enviado, esta quarta-feira, às redações.
Segundo a organização, com sede em Coimbra, este cenário "assume particular gravidade na Região Demarcada do Douro, onde os agricultores/viticultores estão sem perspectivas de conseguir escoar a produção": "São milhares de explorações da agricultura familiar que estão em risco".
Perante estas circunstâncias, "a CNA reclama, desde já, que o Governo português acione a totalidade das verbas permitidas pela Comissão e que vá mais longe, apoiando os produtores de uva e não apenas quem tem capacidade de destilar".
A organização assinala que a medida da destilação de crise, "se bem aplicada", com "critérios objetivos" e "controlada", ou seja, "impedindo a especulação" mas "a preços compensadores", é "bem-vinda", mas insiste que "não chega aos pequenos e médios produtores de uva que não produzem vinho".
"Assim, a CNA reclama a criação de uma medida extraordinária para apoiar financeiramente os pequenos e médios produtores de uva para vinho, que são os que estão numa situação mais aflitiva, vendo as suas explorações em risco por não conseguirem escoar o fruto da sua vindima", refere na mesma nota.
E, além de medidas de carácter mais imediato, "importa intervir de forma estrutural no sector, nomeadamente através do fim da liberalização dos direitos de plantação da vinha na União Europeia e do controlo e limitação das importações desnecessárias de vinhos e de mostos, que inundam o mercado e criam dificuldades ao escoamento da produção nacional a preços justos", defende.