Notícia
Movimento Causa do Douro critica queda para as 102.000 pipas no vinho do Porto
O Movimento Causa do Douro (MCD) considerou este domingo que fica "aquém das expectativas dos viticultores" o quantitativo de 102.000 pipas para produção de vinho do Porto nesta vindima, apontando que não existiu capacidade para defender o setor.
26 de Julho de 2020 às 17:52
Tendo o quantitativo descido das 108.000 pipas em 2019 para as 102.000 em 2020, o movimento alerta ainda para a necessidade, agora, de garantir que o valor por pipa se mantenha pelo menos igual ao do ano passado.
Em causa está um quantitativo que inclui 92.000 pipas de mosto e 10.000 pipas para a reserva qualitativa e que ficou fixado quinta-feira pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
Em comunicado enviado esta tarde à agência Lusa, o MCD considera que "num momento em que se exigia grande capacidade de negociação e uma estratégia incisiva do lado da produção, com uma posição bem definida e clara no sentido de assegurar o quantitativo de benefício do ano transato" a Federação Renovação do Douro e os representantes da produção no Conselho Interprofissional "não foram capazes de defender convenientemente os viticultores".
"Importa relembrar que desde cedo se levantaram as vozes mais atentas da região a reclamar que se deveria agir para manter dois grandes pilares económicos da região: manter o mesmo quantitativo de benefício do ano de 2019 e o mesmo valor por pipa", lê-se na nota.
O MCD lamenta que o quantitativo do ano passado não tenha sido mantido, uma vez que se estima que a Região Demarcada do Douro registe uma diminuição de 6.000 pipas face a 2019, mas alerta que o valor por pipa "pode ser salvaguardado".
"Queremos acreditar que os responsáveis do Conselho Interprofissional tenham em cima da mesa a devida atenção para o perigo que se avizinha, o preço por pipa tem de se manter igual ao do ano transato, pelo menos", defende o MCD.
O movimento aponta que o Ministério da Agricultura, com o qual se reuniu a 30 de junho, mostrou "abertura para reforçar o valor da reserva qualitativa de vinho do Porto", especificando que este "viria a ser estipulado em cinco milhões de euros", razão pela qual diz que seria "expectável que o conselho interprofissional fosse capaz de aproveitar este sinal para eliminar o diferencial da redução prevista para este ano".
Referindo-se à reunião com o gabinete de Maria do Céu Albuquerque, o MCD lembra que considerou de "elementar justiça a aplicação dos cerca de 10 milhões de euros cativos da Direção Geral do Tesouro / Ministério da Finanças, provenientes de taxas aplicadas pelo IVDP na RDD [Região Demarcada do Douro], sugerindo a mobilidade desse valor para um fundo de crise, gerido por uma estrutura de missão".
"O MCD considera que o valor que tem ficado cativo deverá ser um instrumento essencial para em breve se desenvolver um plano a médio prazo, com vista a aplicar alterações diversas e estruturais no setor que permitam estabilizar os rendimentos do setor vitivinícola", lê-se na nota do movimento que volta a reforçar a ideia de que os preços da pipa de vinho do Porto e DOC devem ser os mesmos praticados no ano transato, isto para "atenuar a redução do quantitativo de benefício deste ano".
O MCD apela ao "bom senso e justiça" do conselho interprofissional, apontando que em causa está "uma possível catástrofe social e económica para o lado dos viticultores durienses".
"É necessário equilibrar a balança e atenuar a vulnerabilidade dos viticultores que inclusivamente já têm traçada pelo Comunicado de Vindima uma quebra expressiva, à qual se juntam os elevados custos de produção deste ano e a baixa produtividade esperada para esta vindima", termina.
Na sexta-feira também a Associação de Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro) considerou que ficou "claramente aquém" a fixação do quantitativo de 102.000 pipas para produção de vinho do Porto nesta vindima.
A Região Demarcada do Douro vai transformar um total de 102.000 pipas (550 litros cada) de mosto em vinho do Porto nesta vindima, uma diminuição de 6.000 pipas face a 2019 e que reflete as quebras de vendas ocorridas no mercado nacional e internacional devido à pandemia de covid-19.
O acordo negociado em Lisboa com a ministra da Agricultura antes da reunião do interprofissional permitiu desbloquear cinco milhões para financiar a reserva qualitativa de 10.000 pipas o que permitiu alcançar as 102.000 pipas finais de benefício em 2020.
Para a Prodouro, este é um "número positivo" porque a "figura do bloqueio" vai funcionar como "almofada" para atenuar os efeitos da crise, no entanto, frisou que "não é" o valor "desejável" para a região "porque fica claramente aquém" das expetativas devido às dificuldades sentidas no Douro e porque "ficaram em Lisboa outros cinco milhões de euros que podiam ter sido reivindicados para financiar o diferencial de 6.000 pipas perdido em 2020".
A região tem pedido insistentemente ao Governo a descativação do saldo de gerência existente no IVDP no valor de cerca de 10 milhões de euros.
Em causa está um quantitativo que inclui 92.000 pipas de mosto e 10.000 pipas para a reserva qualitativa e que ficou fixado quinta-feira pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
"Importa relembrar que desde cedo se levantaram as vozes mais atentas da região a reclamar que se deveria agir para manter dois grandes pilares económicos da região: manter o mesmo quantitativo de benefício do ano de 2019 e o mesmo valor por pipa", lê-se na nota.
O MCD lamenta que o quantitativo do ano passado não tenha sido mantido, uma vez que se estima que a Região Demarcada do Douro registe uma diminuição de 6.000 pipas face a 2019, mas alerta que o valor por pipa "pode ser salvaguardado".
"Queremos acreditar que os responsáveis do Conselho Interprofissional tenham em cima da mesa a devida atenção para o perigo que se avizinha, o preço por pipa tem de se manter igual ao do ano transato, pelo menos", defende o MCD.
O movimento aponta que o Ministério da Agricultura, com o qual se reuniu a 30 de junho, mostrou "abertura para reforçar o valor da reserva qualitativa de vinho do Porto", especificando que este "viria a ser estipulado em cinco milhões de euros", razão pela qual diz que seria "expectável que o conselho interprofissional fosse capaz de aproveitar este sinal para eliminar o diferencial da redução prevista para este ano".
Referindo-se à reunião com o gabinete de Maria do Céu Albuquerque, o MCD lembra que considerou de "elementar justiça a aplicação dos cerca de 10 milhões de euros cativos da Direção Geral do Tesouro / Ministério da Finanças, provenientes de taxas aplicadas pelo IVDP na RDD [Região Demarcada do Douro], sugerindo a mobilidade desse valor para um fundo de crise, gerido por uma estrutura de missão".
"O MCD considera que o valor que tem ficado cativo deverá ser um instrumento essencial para em breve se desenvolver um plano a médio prazo, com vista a aplicar alterações diversas e estruturais no setor que permitam estabilizar os rendimentos do setor vitivinícola", lê-se na nota do movimento que volta a reforçar a ideia de que os preços da pipa de vinho do Porto e DOC devem ser os mesmos praticados no ano transato, isto para "atenuar a redução do quantitativo de benefício deste ano".
O MCD apela ao "bom senso e justiça" do conselho interprofissional, apontando que em causa está "uma possível catástrofe social e económica para o lado dos viticultores durienses".
"É necessário equilibrar a balança e atenuar a vulnerabilidade dos viticultores que inclusivamente já têm traçada pelo Comunicado de Vindima uma quebra expressiva, à qual se juntam os elevados custos de produção deste ano e a baixa produtividade esperada para esta vindima", termina.
Na sexta-feira também a Associação de Viticultores Profissionais do Douro (Prodouro) considerou que ficou "claramente aquém" a fixação do quantitativo de 102.000 pipas para produção de vinho do Porto nesta vindima.
A Região Demarcada do Douro vai transformar um total de 102.000 pipas (550 litros cada) de mosto em vinho do Porto nesta vindima, uma diminuição de 6.000 pipas face a 2019 e que reflete as quebras de vendas ocorridas no mercado nacional e internacional devido à pandemia de covid-19.
O acordo negociado em Lisboa com a ministra da Agricultura antes da reunião do interprofissional permitiu desbloquear cinco milhões para financiar a reserva qualitativa de 10.000 pipas o que permitiu alcançar as 102.000 pipas finais de benefício em 2020.
Para a Prodouro, este é um "número positivo" porque a "figura do bloqueio" vai funcionar como "almofada" para atenuar os efeitos da crise, no entanto, frisou que "não é" o valor "desejável" para a região "porque fica claramente aquém" das expetativas devido às dificuldades sentidas no Douro e porque "ficaram em Lisboa outros cinco milhões de euros que podiam ter sido reivindicados para financiar o diferencial de 6.000 pipas perdido em 2020".
A região tem pedido insistentemente ao Governo a descativação do saldo de gerência existente no IVDP no valor de cerca de 10 milhões de euros.