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Redução de pinhal ameaça milhares de empregos

O declínio do pinhal, que perdeu metade da área desde os anos 80, coloca “em risco os milhares de empregos na fileira”, alerta o Centro Pinus, que reúne empresas deste sector.

11 de Fevereiro de 2013 às 16:19
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O pinheiro bravo, a árvore autóctone que sempre ocupou a maior área da floresta portuguesa, passou a ser a terceira espécie, deixando a liderança para o eucalipto, de acordo com os dados disponibilizado esta segunda-feira no Inventário Florestal Nacional de 2010.

 

Um recuo do pinhal que fez soar o alarme no Centro Pinus, organização que empresas do sector, que alerta para “os milhares de empregos na fileira do pinho que estão em risco e para a desadequação da legislação de licenciamento de arborizações proposta pelo Governo”.

 

Para esta estrutura associativa, a perda de 50% da área de pinheiro bravo relativamente ao inventário da década de 80, “é a demonstração cabal de que é urgente colocar em prática medidas de protecção da espécie e sobretudo de incentivo à plantação.”.

 

João Gonçalves, presidente do Centro Pinus, frisa que “o Inventário confirma a desadequação do decreto-lei de licenciamento de arborizações proposto”, mas está “confiante que o facto de o Governo não ter tomado uma decisão antes do conhecimento destes dados é revelador de que recuará na sua publicação no formato conhecido, garantindo a manutenção do seu imprescindível papel regulador no ordenamento do território”.

 

As principais reivindicações do Centro Pinus têm sido a intervenção nas áreas de regeneração natural, a adequação dos incentivos financeiros à realidade do nosso território e a promoção da gestão e investimento nas áreas sob gestão pública.

 

“Uma eficaz articulação destas três medidas será decisiva para a sustentabilidade de uma fileira que representa 90% das empresas industriais do sector florestal, 62.447 empregos industriais directos e 3,4% das exportações nacionais”, enfatiza João Gonçalves.

 

Se a tendência revelada no Inventário não se inverter, o presidente do Centro Pinus assegura que as empresas da fileira do pinho sofrerão uma “tensão insustentável, que conduzirá ao encerramento de muitas empresas e à consequente perda de milhares de postos de trabalho”.

 

No entanto, refere que “acredita que o bom senso do Governo irá prevalecer e as medidas necessárias serão adoptadas, sendo certo que a fileira do pinho está empenhada em contribuir activamente para o processo de mudança necessária”.

 

O Centro Pinus foi constituído em 1998 pelos maiores consumidores de madeira de pinho, tendo como objectivo contribuir para o aumento da produção e qualidade da floresta de pinho. Actualmente, os associados do Centro Pinus, que integra grupos como a Sonae Indústria, a Europac ou a Luso Finsa, representam mais de 90% do consumo da fileira tradicional do pinho.

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