Notícia
Produtores querem que preço mínimo do leite ascenda a 37 cêntimos em 2019
Produtores de leite pretendem que o preço mínimo para o leite suba para 37 cêntimos por quilo em 2019, um valor que, dizem, se aproxima do custo de produção.
27 de Dezembro de 2018 às 15:27
A Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) defendeu esta quinta-feira que o preço mínimo do leite pago aos produtores deve ascender a 37 cêntimos em 2019, aproximando-se do custo de produção, para colmatar as dificuldades do sector.
"Desafiámos a indústria a transformar e a valorizar mais o leite para reduzir importações [...]. E desafiámos a distribuição a seguir o exemplo que adoptou na França e negociar com a indústria transformadora para assegurar aos produtores um preço mínimo de 37 cêntimos", disse, em comunicado, a direção da Aprolep.
De acordo com os dados do Observatório Europeu do Leite, avançados pela associação, em Outubro, o preço médio do leite fixou-se em 31,1 cêntimos por quilo, cinco cêntimos abaixo do preço médio na União Europeia, enquanto o custo de produção mantém-se superior a 37 cêntimos.
Os produtores desafiaram também o Governo a "avaliar o resultado da rotulagem da origem do leite para verificar porque não chegou ainda valor acrescentado aos produtores e a bater-se a nível europeu por um mercado responsável que impeça futuras crises de excesso de produção".
Em causa está o aumento da procura do leite, as ajudas da Política Agrícola Comum (PAC) que não compensam a diferença entre o preço e custo de produção, a perda de produtores e a "falta de visão e falta de ambição" no sector.
"Assistimos [em 2018] à implementação da rotulagem da origem do leite, mas ainda não vimos o resultado dessa opção no rendimento dos agricultores. Sentimos um aumento da procura de leite por parte das grandes superfícies comerciais que procuram garantir o abastecimento regular das suas lojas com leite nacional, respondendo assim à preferência dos consumidores, mas continuámos durante todo o ano com preços abaixo dos custos de produção e da média europeia", afirmou.
A Aprolep indicou ainda que, face às dificuldades do sector, os agricultores têm adiado investimentos e não retiram "um salário digno e compensador do trabalho necessário para o cultivo dos campos" e para o cuidado dos animais.
"A cada ano que passa Portugal perde produtores. Em Agosto já só éramos 4.578, menos 200 que [no período homólogo]. O abandono é mais significativo no continente, onde o número de produtores passou a ser inferior ao número de produtores açorianos desde Fevereiro", acrescentou.
Segundo a Aprolep, as famílias que resistem têm "cada vez mais dificuldade" em encontrar mão-de-obra para trabalhar no sector e "a situação irá agravar-se à medida que os salários sobem, muito justamente, enquanto o preço do leite ao produtor continua injustamente congelado".
Em 12 de Dezembro, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, vincou, no parlamento, que o preço do leite pago ao produtor manteve-se estável até Outubro, podendo aumentar com a abertura de novos mercados.
"Desafiámos a indústria a transformar e a valorizar mais o leite para reduzir importações [...]. E desafiámos a distribuição a seguir o exemplo que adoptou na França e negociar com a indústria transformadora para assegurar aos produtores um preço mínimo de 37 cêntimos", disse, em comunicado, a direção da Aprolep.
Os produtores desafiaram também o Governo a "avaliar o resultado da rotulagem da origem do leite para verificar porque não chegou ainda valor acrescentado aos produtores e a bater-se a nível europeu por um mercado responsável que impeça futuras crises de excesso de produção".
Em causa está o aumento da procura do leite, as ajudas da Política Agrícola Comum (PAC) que não compensam a diferença entre o preço e custo de produção, a perda de produtores e a "falta de visão e falta de ambição" no sector.
"Assistimos [em 2018] à implementação da rotulagem da origem do leite, mas ainda não vimos o resultado dessa opção no rendimento dos agricultores. Sentimos um aumento da procura de leite por parte das grandes superfícies comerciais que procuram garantir o abastecimento regular das suas lojas com leite nacional, respondendo assim à preferência dos consumidores, mas continuámos durante todo o ano com preços abaixo dos custos de produção e da média europeia", afirmou.
A Aprolep indicou ainda que, face às dificuldades do sector, os agricultores têm adiado investimentos e não retiram "um salário digno e compensador do trabalho necessário para o cultivo dos campos" e para o cuidado dos animais.
"A cada ano que passa Portugal perde produtores. Em Agosto já só éramos 4.578, menos 200 que [no período homólogo]. O abandono é mais significativo no continente, onde o número de produtores passou a ser inferior ao número de produtores açorianos desde Fevereiro", acrescentou.
Segundo a Aprolep, as famílias que resistem têm "cada vez mais dificuldade" em encontrar mão-de-obra para trabalhar no sector e "a situação irá agravar-se à medida que os salários sobem, muito justamente, enquanto o preço do leite ao produtor continua injustamente congelado".
Em 12 de Dezembro, o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, vincou, no parlamento, que o preço do leite pago ao produtor manteve-se estável até Outubro, podendo aumentar com a abertura de novos mercados.