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Portugal tem mais de um milhão de propriedades sem dono
Capoulas Santos admite que o banco de terras que o Governo está a preparar possa vir a contar com mais de um milhão de propriedades. No mesmo almoço, o ministro da Agricultura apontou o Alqueva como uma “oportunidade” para os empresários espanhóis.
O Governo estima que existam mais de um milhão de propriedades sem dono, que podem ser integradas no banco de terras que está em preparação. O número foi dado esta quarta-feira, 22 de Fevereiro, pelo ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos.
"Admitimos que possam existir em Portugal mais de um milhão de propriedades cuja possibilidade de identificação dos seus proprietários se perdeu", afirmou o ministro, relembrando que haverá entrega destas terras a novos agricultores. O programa será "acompanhado de um generoso regime de incentivos e isenções fiscais", lembrou.
Capoulas Santos falava durante um almoço organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso Espanhola em Lisboa, que reuniu cerca de 150 empresários. "Apesar da pequena dimensão do território português, possuímos condições para uma elevada diversidade produtiva, o que constituiu um bom contexto para quem quiser investir no sector", apontou.
O ministro centrou as suas atenções no Alqueva, área onde existe "disponibilidade de terra e água a bom preço", "incentivos dificilmente igualáveis em qualquer outra parte do mundo" e onde se espera, até 2020, "ampliar a mancha de regadio em mais de 47 mil hectares".
"Existem excelentes oportunidades de negócio para esta área a expandir. Esperamos que muitos outros investidores espanhóis se venham juntar à quase centena que já apostaram no Alqueva", apelou o governante.
Capoulas Santos lembrou que estão previstos, ao abrigo do Programa de Desenvolvimento Rural, apoios aos investidores privados, "cujos montantes máximos elegíveis são superiores ao que Espanha estabeleceu. É uma vantagem competitiva".
Espanha é o principal parceiro comercial de Portugal no sector agroalimentar, representando 47% das importações e 31% das exportações nacionais.
Aos empresários, o ministro referiu ainda o objectivo do actual Governo em recuperar, na próxima década, os 150 mil hectares de área florestal perdidos nos últimos quinze anos.