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Agricultores portugueses são os mais velhos da Europa
Homem, com 64 anos e com o ensino básico – é este o perfil do agricultor português que explora individualmente área agrícola em território nacional, de acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
É um facto, baseado nos dados recolhidos pelo INE até o final de 2013: o agricultor português é o mais idoso do espaço comunitário a 28 Estados-membros. O "Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas", cujo resumo o INE divulgou esta sexta-feira, 28 de Novembro, traça o perfil: "os produtores agrícolas singulares são maioritariamente homens (68,3%)", com uma média de 64 anos" (mais um ano do que a média registada em 2009) – "mais de 52%" tinha, no final de 2013, "uma idade igual ou superior a 65 anos". Continuam, assim, afirmam os serviços do INE, "a ser os mais idosos da Europa".
O ano de 2013 terminou com 264,4 mil explorações agrícolas registadas pelo serviço nacional de estatística. A população agrícola familiar era constituída por 674,6 mil indivíduos em Portugal.
O INE, que classifica "população agrícola familiar" como sendo "formada pelo produtor e pelos membros do seu agregado doméstico, que tenham trabalhado ou não na exploração", contabiliza que aquela valha assim 6,5% da população residente em Portugal. É uma população em declínio, já que teve um decréscimo de 15% entre 2009 e 2013 – em parte substituída pela empresarialização da agricultura e da pecuária.
Em termos de escolaridade, "a grande maioria dos produtores agrícolas apenas concluiu o ensino básico (70%) e somente 5,5% concluíram o ensino superior". Uma larga maioria de 84,6% dos produtores "contam unicamente com a experiência para desenvolver a actividade agrícola (formação exclusivamente prática) ".
Uma minoria de 14% frequentou "cursos de formação profissional relacionados com a actividade agrícola" e"apenas 1,4% possuem formação superior na área das ciências agro-florestais", constata o INE.
Carga de 21,3 horas semanais
O INE conclui ainda que "os produtores agrícolas trabalham em média 21,3 horas por semana", e que menos de um quinto "trabalha a tempo completo na exploração", medidos em 225 dias por ano, ou 40 horas por semana.
É que um quarto dos produtores agrícolas singulares "declararam ter outras actividades lucrativas exteriores à exploração", o que se agrava nos jovens: 59,3% dos produtores com menos de 40 anos "têm actividades complementares à exploração agrícola".
Exclusividade só "alimenta" 6,2%
Assim, "apenas 6,2% dos produtores agrícolas vivem exclusivamente da actividade da exploração agrícola". Como subsistem os restantes? "81,1% dos agregados domésticos do produtor o rendimento provém maioritariamente de origens exteriores à exploração" - em 65,3% doa casos "de pensões e reformas".
Os trabalhadores permanentes – "assalariados que trabalham com regularidade na exploração" – correspondiam, no final de 2013, a 60,5 mil indivíduos empregados em 20,7 mil explorações – ou seja, 7,9% das explorações.
Três quartos do volume de trabalho (76,1%) agrícola assentam na população agrícola familiar.