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O que é a Legionella e como a evitar
O recente surto de Legionella na região de Lisboa está a centrar as atenções numa bactéria até aqui desconhecida de muitas pessoas. O Negócios ajuda a explicar quais os grupos de risco e as precauções que possam ser adoptadas para evitar a infecção com a bactéria Legionella.
Tendo em conta as declarações do director-geral da Saúde, Francisco George, o surto de Legionella já provocou quase 200 casos de infecção e a morte de quatro pessoas. Até agora todos os casos confirmados no Porto, Barreiro e Castelo Branco têm ligações a Vila Franca de Xira.
O surto de Legionella está a despertar a preocupação junto dos portugueses, mas também a curiosidade de saber mais sobre esta bactéria.
Segundo o sítio da Direcção-Geral de Saúde (DGS), a Legionella são "microorganismos ubíquos da água doce ambiente, podendo existir em reservatórios naturais, como lagos e rios, ou reservatórios artificiais como sistemas de água doméstica, quente e fria, humidificadores e torres de arrefecimento de sistemas de condicionamento de ar, piscinas e jacuzzis e instalações termais".
A doença dos legionários é uma pneumonia provocada pelas bactérias do género Legionella. A fácil disseminação desta bactéria está relacionada com a sua capacidade para sobreviver em ambientes hostis por um longo período de tempo.
A grande exposição dos seres humanos a esta bactéria deve-se ao facto de esta se transmitir por via aérea, ou seja respiratória, pela inalação de gotículas de água (aerossóis) contaminadas, designadamente através de torneiras de água e chuveiros. O ar proveniente de equipamentos de refrigeração, como o ar condicionado, é potencialmente transmissor da Legionella.
E é nos equipamentos de refrigeração, como em outros que conservem água numa temperatura entre os 20ºC e os 45ºC, onde a bactéria coloniza.
Importante ainda elucidar que a Legionella não é transmissível entre humanos nem através da ingestão de água contaminada. Ainda assim, ao beber água é possível que aconteça a inalação de gotículas contaminadas.
Apesar de esta bactéria só se transmitir com a inalação de gotículas, a DGS explica que o vapor de água não transmite a bactéria, dado não ser o mesmo que os aerossóis.
Sintomas e potenciais grupos de risco
Os sintomas da infecção com a bactéria Legionella são os mesmos que os da pneumonia, começando por dores de cabeça, musculares, febre e calafrios, tosse e dificuldades de respiração, bem como eventuais efeitos no funcionamento do fígado e dos rins.
Em certos casos, poderá também registar-se a ocorrência de diarreia e vómitos. Nos casos mais graves, a infecção deriva em pneumonia aguda. O período de incubação pode demorar entre dois e 15 dias, sendo que as primeiras manifestações ao nível clínico demoram, por norma, cerca de seis dias até se começarem a manifestar.
Os fumadores são o grupo de maior risco, apesar de a idade ou a prévia existência de doenças respiratórias também exponenciarem as hipóteses de infecção. Os homens têm, entre duas a três vezes, maiores probabilidades de infecção do que as mulheres. Também as pessoas que estejam a fazer tratamentos de quimioterapia ou com medicação de corticóides são um grupo de risco.
A incidência da Legionella em crianças é invulgar. Este domingo, o ministro da Saúde, Paulo Macedo assegurava que "é raríssimo haver casos em crianças", apontando como a faixa entre os 30 e os 90 anos como a mais exposta à Doença dos Legionários.