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O que é a Legionella e como a evitar

O recente surto de Legionella na região de Lisboa está a centrar as atenções numa bactéria até aqui desconhecida de muitas pessoas. O Negócios ajuda a explicar quais os grupos de risco e as precauções que possam ser adoptadas para evitar a infecção com a bactéria Legionella.

Reuters
Negócios 10 de Novembro de 2014 às 15:21
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Tendo em conta as declarações do director-geral da Saúde, Francisco George, o surto de Legionella já provocou quase 200 casos de infecção e a morte de quatro pessoas. Até agora todos os casos confirmados no Porto, Barreiro e Castelo Branco têm ligações a Vila Franca de Xira.

 

O surto de Legionella está a despertar a preocupação junto dos portugueses, mas também a curiosidade de saber mais sobre esta bactéria.

 

Segundo o sítio da Direcção-Geral de Saúde (DGS), a Legionella são "microorganismos ubíquos da água doce ambiente, podendo existir em reservatórios naturais, como lagos e rios, ou reservatórios artificiais como sistemas de água doméstica, quente e fria, humidificadores e torres de arrefecimento de sistemas de condicionamento de ar, piscinas e jacuzzis e instalações termais".

 

A doença dos legionários é uma pneumonia provocada pelas bactérias do género Legionella. A fácil disseminação desta bactéria está relacionada com a sua capacidade para sobreviver em ambientes hostis por um longo período de tempo.

 

A grande exposição dos seres humanos a esta bactéria deve-se ao facto de esta se transmitir por via aérea, ou seja respiratória, pela inalação de gotículas de água (aerossóis) contaminadas, designadamente através de torneiras de água e chuveiros. O ar proveniente de equipamentos de refrigeração, como o ar condicionado, é potencialmente transmissor da Legionella.

 

E é nos equipamentos de refrigeração, como em outros que conservem água numa temperatura entre os 20ºC e os 45ºC, onde a bactéria coloniza.

 

Importante ainda elucidar que a Legionella não é transmissível entre humanos nem através da ingestão de água contaminada. Ainda assim, ao beber água é possível que aconteça a inalação de gotículas contaminadas.

 

Apesar de esta bactéria só se transmitir com a inalação de gotículas, a DGS explica que o vapor de água não transmite a bactéria, dado não ser o mesmo que os aerossóis.

 

Sintomas e potenciais grupos de risco

 

Os sintomas da infecção com a bactéria Legionella são os mesmos que os da pneumonia, começando por dores de cabeça, musculares, febre e calafrios, tosse e dificuldades de respiração, bem como eventuais efeitos no funcionamento do fígado e dos rins.

 

Em certos casos, poderá também registar-se a ocorrência de diarreia e vómitos. Nos casos mais graves, a infecção deriva em pneumonia aguda. O período de incubação pode demorar entre dois e 15 dias, sendo que as primeiras manifestações ao nível clínico demoram, por norma, cerca de seis dias até se começarem a manifestar.

 

Os fumadores são o grupo de maior risco, apesar de a idade ou a prévia existência de doenças respiratórias também exponenciarem as hipóteses de infecção. Os homens têm, entre duas a três vezes, maiores probabilidades de infecção do que as mulheres. Também as pessoas que estejam a fazer tratamentos de quimioterapia ou com medicação de corticóides são um grupo de risco.

 

A incidência da Legionella em crianças é invulgar. Este domingo, o ministro da Saúde, Paulo Macedo assegurava que "é raríssimo haver casos em crianças", apontando como a faixa entre os 30 e os 90 anos como a mais exposta à Doença dos Legionários.

 
Recomendações
No caso de infecção, o tratamento é feito com o recurso a antibióticos, até porque não existe nenhuma vacina. Podendo ser necessário o internamento clínico para cuidados intensivos. Os antibióticos recomendados podem ser tomados até às três semanas. Perante a confirmação dos sintomas atrás enunciados, as pessoas são recomendada a ligar para a linha Saúde 24, através do número 808 24 24 24. 
 
Para se proteger desta bactéria, os grupos de risco devem evitar a frequência de espaços como saunas, spas, banheiras de hidromassagem, piscinas públicas e hotéis. Deve também ser tomada precaução com os sistemas de rega. 
 
As autoridades aconselhavam que as comunidades afectadas do concelho de Vila Franca de Xira evitem a "grande pressão" das torneiras e dar preferência a banhos sem duche. Para as pessoas das freguesias afectadas, Francisco George sugeria a possibilidade de mergulhar "a cabeça do duche numa solução de água com lixívia". Dado que a bactéria Legionella sobrevive e coloniza em águas contaminadas, aconselha-se ainda que os sistemas de água com reservatório sejam regulados para uma temperatura inferior a 20ºC ou superior a 60ºC.
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