Notícia
Os alertas que chegam de Itália
Com mais de 12 mil infetados e 827 mortos (mais 31% do que no dia anterior), Itália é um dos países do mundo mais afetados pelo surto do coronavírus. A taxa de mortalidade da doença Covid-19 no país ronda os 6,5%, das mais altas do mundo - segundo aqueles dados, divulgados ontem ao final da tarde.
Perante estes números, têm sido vários os alertas deixados pelos médicos italianos que estão a viver de perto o surto - e as dificuldades do sistema de saúde do país.
Na semana passada, uma carta enviada à Sociedade Europeia de Medicina Intensiva e escrita por três médicos de Milão revelou o impacto da doença nos hospitais de Itália. “Preparem-se”, alertavam, perante a alta percentagem de internamento por insuficiência pulmonar causada pelo vírus e a precisar de ventiladores para os ajudar a respirar. Entre outros, aconselharam também para a necessidade de proteção individual dos profissionais de saúde, protocolos eficazes de triagem e a preparação de áreas de cuidados intensivos para os infetados com o Covid-19.
No sábado, um médico no hospital Humanitas Gavazzeni, em Bérgamo, fez um relato alarmante, ontem traduzido pelo Expresso: “Agora a situação é, por assim dizer, um pouco dramática”, afirma. “Os casos multiplicam-se, chegam ao ritmo de 15 a 20 internamentos diários, todos pelo mesmo motivo. Os resultados das análises chegam agora uns a seguir aos outros: positivo, positivo, positivo. De repente, as Urgências estão em colapso”, afirma.
Além do relato das enormes dificuldades do sistema de saúde - onde já se escolhem os doentes que se podem tratar -, Danielle Macchini faz um forte apelo ao distanciamento social para conter a propagação.