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Ordem apela a todos os médicos para reforçar capacidade de resposta

O bastonário da Ordem dos Médicos apelou hoje a todos os médicos para reforçarem a resposta dos serviços públicos ao novo coronavírus, pedindo aos que estão fora do Serviço Nacional de Saúde que também ajudem, incluindo os reformados.

Cofina Media
08 de Março de 2020 às 21:10
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Numa carta enviada a todos os médicos, o bastonário Miguel Guimarães apela ao espírito solidário e humanista dos clínicos, sobretudo os que já saíram do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e recorda que o novo coronavírus já é uma pressão acrescida num SNS "alvo de grande desinvestimento ao longo dos últimos anos".

"Nesta altura em que enfrentamos o surto do novo coronavírus (Covid-19), escrevo-vos evocando o nosso passado e presente, apelando à vossa colaboração direta neste desafio de saúde pública internacional, considerado pela OMS uma emergência", sublinha o bastonário.

Em declarações à agência Lusa, Miguel Guimarães diz que os médicos "podem não ser necessários já, mas os portugueses podem precisar deles amanhã".

"A questão básica é estarmos preparados", afirma o bastonário, apontando o sentido humanista e solidários que os médicos têm demonstrado em alturas difíceis para o país e sublinhando que o objetivo é "ajudar o Ministério da Saúde, a Direção-Geral da Saúde e o Governo a ultrapassar esta fase difícil".

Na carta, Miguel Guimarães frisa também que o apelo que deixa tem "uma relevância especial para os médicos que já saíram do SNS, nomeadamente, os reformados, mas também para os médicos que, estando a trabalhar no SNS, possam dar um contributo adicional, caso venha a ser necessário".

"Ser médico é estar na linha da frente nos momentos difíceis e tentar influenciar favoravelmente o rumo dos graves problemas que assolam a nossa população, com espírito de solidariedade e grande sentido humanista para com a nossa sociedade e, acima de tudo e sempre, para com os nossos doentes", lembra.

"É por isso que me dirijo a todos vocês num momento em que o mundo atravessa uma emergência de saúde pública internacional de risco ´muito elevado´, crise que também atinge o nosso país, sobre a qual ainda há dados incipientes, mas em que estamos certos que, com tranquilidade, todos podemos ter um papel a desempenhar para minimizar o seu impacto", escreve o bastonário da missiva.

No apelo, Miguel Guimarães diz que a Ordem está em contacto e a pressionar a Direção-Geral da Saúde e o Ministério da Saúde para "garantir que os profissionais de saúde tenham acesso aos equipamentos de proteção adequados e, nomeadamente, ao equipamento de proteção individual para se resguardarem durante o contacto com potenciais doentes e doentes infetados".

"Peço a todos os médicos que possam estar disponíveis para reforçar a capacidade de resposta dos nossos serviços de saúde nesta fase crítica, que se pode vir a agravar de forma considerável, que se inscrevam desde já, preenchendo todos os dados pedidos e autorizando a partilha destes dados para posterior contacto do Ministério da Saúde/DGS"", insiste o bastonário, num apelo a que os médicos podem responder no imediato, por correio eletrónico, manifestando a sua disponibilidade.

O bastonário lembra que cada médico poderá dar o seu contributo na sua área de conforto e saber, libertando outros médicos, mais especializados, para que possam dar o seu contributo específico na área do Covid-19.

"Aos que já fazem o SNS todos os dias, em condições muito difíceis, só posso agradecer antecipadamente o esforço extra que estão a fazer, e para o qual sei que estão à altura", sublinha.

Portugal regista 30 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19. Estão sob vigilância das autoridades de saúde 447 pessoas por contactos com infetados.

Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados. Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.800 mortos entre mais de 109 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil já recuperaram.
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