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Novo bastonário dos médicos reafirma intenção de fixar tempos mínimos de consultas

O novo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, reafirmou esta quarta-feira o programa de reformas que se propôs fazer, nomeadamente a fixação de tempos mínimos de consultas, preservar a qualidade da medicina e dignificar a classe.

08 de Fevereiro de 2017 às 23:32
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Miguel Guimarães tomou hoje posse numa cerimónia que encheu o salão nobre da Academia das Ciências de Lisboa e na qual compareceram, além de muitos médicos, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes.

 

A "relação médico-doente está fortemente ameaçada", com os médicos com excessivas tarefas burocráticas e administrativas, e a Ordem dos Médicos (OM) "não pode permitir esta situação", disse o novo bastonário, acrescentando que a fixação de tempos mínimos de consulta é uma determinação que "pode e deve ser assumida pelos colégios de especialidade da OM".

 

Miguel Guimarães pediu a cooperação do Ministério da Saúde no novo cargo que hoje iniciou e o ministro foi de colaboração que falou também, afirmando mesmo que as prioridades apresentadas pelo bastonário são em muita medida as mesmas do Governo.

 

"Estamos com o bastonário para dignificar o tratamento médico e a qualidade da relação com o doente", disse no final da cerimónia, aos jornalistas, Adalberto Campos Fernandes, quando questionado sobre se aceitava a fixação de tempos mínimos de consulta.

 

José Miguel Guimarães, que venceu expressivamente as eleições e que era até agora o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, frisou que o médico de família tem de ter mais tempo para acompanhar os doentes, mas também para fazer investigação e formação.

 

E disse depois que é preciso que o Governo assegure a eficiência da gestão dos recursos tecnológicos e que é necessário aperfeiçoar as aplicações informáticas.

 

O bastonário criticou depois medidas como a equiparação do ato médico às terapêuticas não convencionais e a proibição dos apoios da indústria farmacêutica, que são importantes para a investigação.

 

Em resumo, exigiu mais qualidade na formação médica e propôs a revisão dos internatos médicos e a criação de uma bolsa de apoio à formação médica especializada, e pediu apoio para os médicos jovens e para as zonas longe dos grandes centros.

 

O bastonário foi aplaudido de pé e elogiado pelo ministro e também pelo Presidente da República, que elogiou o bastonário cessante e a classe médica em geral. O médico, disse Marcelo Rebelo de Sousa, é "um factor de inclusão e de justiça social" e sem ela a democracia em Portugal não seria a mesma.

 

José Manuel Silva, que hoje deixou o cargo que ocupou por seis anos, um período que apelidou de "incessante montanha russa", passou em revista o que de mais importante a Ordem fez (novos estatutos ou o acordo de cooperação com países de língua portuguesa, por exemplo), disse que era necessário melhorar a investigação clínica e lamentou "o esmagamento da pequena medicina privada".

 

Lamentou também os "pouco éticos interesses que gravitam" à volta do Orçamento da Saúde e as "ameaças à qualidade da formação médica". Um discurso igualmente aplaudido de pé.

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