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Natalidade continua abaixo dos valores pré-pandémicos, mas o saldo natural recupera

A natalidade continua a tendencia de declinio observada desde dezembro de 2020, que marca os nove meses desde o início da pandemia no país. Ainda assim, a queda na mortalidade por todas as causas, para a qual contribui a covid-19, tem permitido uma recuperação do saldo natural.

Bloomberg
18 de Junho de 2021 às 12:11
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Nasceram menos 1.398 bebés em março e abril mas o saldo natural, embora negativo, recuperou face aos números do ano passado. Já os casamentos celebrados caíram em março, caíram para menos de metade face o último ano sem pandemia.

Os dados são do Instituto Nacional de Estatística (INE) e dão conta de 8.584 óbitos durante o mês de maio que regista valores idênticos aos apresentados antes da pandemia. A tendência é de uma diminuição da mortalidade desde janeiro – o mês de pandemia em que se registaram mais óbitos em Portugal, com 19.641. Março e abril evidenciam essa tendência ao registar valores abaixo dos observados no ano passado, com 9.607 e 8.422 óbitos, respetivamente.

Destes, morreram em janeiro 5.780 pessoas de covid-19, um valor que corresponde a 29,5% de toda a mortalidade registada nesse mês. Em fevereiro morreram ainda 3.594 pessoas da mesma causa (28,3% do total) e março e abril registaram já apenas 508 e 117 mortes por covid-19, correspondentes a 5,3% e 1,4% de todas as mortes registadas para esses meses.

Saldo Natural recupera, mas ainda é negativo

Ainda assim, e como é já conhecido, a pandemia tem-se feito sentir no número de nascimentos evidenciando uma queda da natalidade (não só em Portugal) e tem feito recuar o saldo natural, que corresponde à diferença entre os nascimentos e as mortes.

"O aumento do número de óbitos, para o qual contribuiu a mortalidade por covid-19" é outro dos fatores que fez recuar o saldo natural para os -7.040 em fevereiro. Um valor que, apesar de negativo, significa uma forte recuperação face ao mês de janeiro, em que o indicador registava um valor de -13.707 – o menor observado em 2021 e que dá continuidade à tendência observada ao longo do ano passado.

Desde fevereiro que a tendência é de recuperação mantendo, ainda assim, valores negativos em março e abril para os quais foi calculado um saldo natural de -3 039 e de -2 275, respectivamente. O INE não apresenta valores para maio.

Natalidade continua a cair

A queda da natalidade tornou-se visível pela primeira vez em dezembro de 2020, que marca um período de nove meses após a entrada em cena da covid-19 em Portugal, tendo nascido nesse mês apenas 6.287 bebés. A tendência durou até fevereiro, mas parece estar a recuperar.

Isto porque os valores observados em março e abril (6.567 e 6.153 nados-vivos, respectivamente) são superiores aos registados em janeiro e fevereiro (5.925 e 5.677, respectivamente), mas ainda abaixo dos valores apontados nos mesmos meses do ano passado (7.164 em março e 6.954 em abril de 2020).

Combate à pandemia prejudica casamentos

O número de casamentos realizados caiu a pique em fevereiro e março deste ano, durante os quais se realizaram 175 e 443, respectivamente. Abril foi um mês de recuperação, com 1.381 casamentos realizados.

Estes valores contrastam com os 1.437 casamentos celebrados em fevereiro, 1.035 em março do ano passado. Contudo, em abril do mesmo ano o agravamento da situação pandémica levou a que se realizassem apenas 117 cerimónias.

Para o INE, a redução destas celebrações atribui-se às "medidas decorrentes de contenção da pandemia com impactos na vida dos cidadãos, onde se inclui a mobilidade e o contato social", ou mesmo as restrições de lotação e proibição de festas e ajuntamentos.

"Desde março de 2020 e até março de 2021, a variação homóloga do número de casamentos foi sempre negativa. Nos três primeiros meses de 2021 celebram-se 1.430 casamentos em Portugal (- 2.525 relativamente ao mesmo período de 2020). Todavia, em abril de 2021, e com as medidas de desconfinamento em vigor, o número de casamentos celebrados aumentou para 1.381, quase tantos quanto os realizados entre janeiro e março", escreve o INE.

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