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Ministro diz que SNS mantém problema de sustentabilidade

O ministro da Saúde afirmou que o Serviço Nacional da Saúde (SNS) mantém um problema de sustentabilidade e que no final de 2015 a dívida total do sector era de 2.000 milhões de euros.

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06 de Abril de 2016 às 11:51
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"O problema da sustentabilidade do SNS mantém-se. Há um problema de subfinanciamento, de organização, de sustentabilidade", afirmou Adalberto Campos Fernandes durante a audição que decorre na Comissão Parlamentar da Saúde.

 

Questionado pelo deputado Miguel Santos (PSD) sobre um eventual agravamento das contas do sector, o ministro disse que as contas de 2015 fecharam com menos 259 milhões de euros.

 

O ministro disse que a sua equipa se propõe chegar ao final deste ano com uma execução de menos 179 milhões de euros.

 

Sobre os dois primeiros meses do ano, apesar de um saldo projectado de menos 30 milhões de euros (menos 15 milhões de euros em Janeiro e menos 15 milhões de euros em Fevereiro), terá sido apurado um saldo de menos 20 milhões de euros.

 

Segundo o ministro, estes dois primeiros meses do ano não contaram com notas de crédito da indústria farmacêutica, cujo acordo recentemente firmado ainda não estava e vigor.

 

Também em resposta a Miguel Santos, sobre um eventual agravamento das dívidas dos hospitais, o ministro reconheceu um agravamento de cerca de seis por cento, "por razões de fecho de ano", que em alguns casos levaram ao protelamento dos pagamentos.

 

"Há sempre um sobrepagamento no final do ano e uma retracção no início do ano, mas demos ordens para, tendo fundos, os hospitais procederem aos seus pagamentos", disse.

 

Ao nível dos recursos humanos, o ministro anunciou que o ingresso dos jovens médicos no SNS vai ser facilitado, através da dispensa da entrevista.

 

Com esta medida, os jovens médicos que entrariam no SNS apenas em Outubro, poderão fazê-lo em Julho.

 

Sobre as vagas que fiquem por ocupar, Adalberto Campos Fernandes disse que serão ocupadas por médicos aposentados.

 

O ministro acredita que o saldo entre os jovens médicos que ingressam e os clínicos que se aposentam será de 200, o mesmo número de médicos aposentados que o SNS pretende contratar.

 

Pacto para o sector

 

Adalberto Campos Fernandes  mostrou-se disponível para um pacto para o sector, respondendo assim positivamente à questão levantada pela deputada Isabel Galriça Neto (CDS), no seguimento do que tinha já sido feito pelo Presidente da República.

 

Também o CDS, segundo a deputada Isabel Galriça Neto, concorda com a existência deste pacto, lembrando que o Presidente da República já deu um sinal da sua importância.

 

A este propósito, o ministro lembrou que quinta-feira - Dia Mundial da Saúde - será firmado um protocolo com a Fundação Calouste Gulbenkian que pretende passar das palavras aos actos e envolver vários parceiros nesta área.

 

Na segunda-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o ministro da Saúde pode ser um protagonista importante num "verdadeiro pacto da saúde" em Portugal, que no seu entender já existe informalmente.

 

"Tenho para mim que é um pacto que já existe, não formalizado, para o qual a Fundação Calouste Gulbenkian já deu um importantíssimo contributo. E a aceitação de princípios fundamentais nos mais variados quadrantes da vida nacional é uma abertura de caminho para um pacto que, antes de ser formalizado, já existe", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

 

O chefe de Estado fez esta afirmação na sessão comemorativa dos 75 anos da Liga Portuguesa contra o Cancro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa - retomando uma ideia que já tinha defendido na semana passada, em visita ao Hospital de Vila Franca de Xira, quando falou num "consenso nacional" em relação ao sector da saúde. 

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