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Fornecedores dos hospitais continuam sem receber facturas de há um ano

As duas primeiras transferências de 900 milhões de euros foram insuficientes para regularizar os pagamentos em atraso na Saúde. Mário Centeno já admitiu estar preocupado com o acumular de dívidas no sector.

Negócios jng@negocios.pt 16 de Maio de 2018 às 11:21

A maioria dos hospitais portugueses continua a ter facturas por pagar com cerca de um ano, mesmo depois de as unidades terem utilizado os 900 milhões de euros injectados pelo Estado entre Dezembro de 2017 e Março de 2018 para pagar dívidas em atraso a fornecedores.

 

Esta situação é denunciada pelo JN esta quarta-feira, 16 de Maio, que relata casos de unidades hospitalares que só conseguiram liquidar as dívidas até Dezembro de 2016 e atesta que a maior parte dos organismos permanece com um atraso de um ano nos pagamentos.

 

As duas primeiras transferências, confirmadas pelo ministro das Finanças no Parlamento, parecem estar longe de resolver o problema, até porque o endividamento cresce todos os meses. Com a última tranche de 500 milhões em falta, para completar o valor total de 1.400 milhões de euros a transferir para os hospitais, Mário Centeno admitiu estar preocupado com o acumular de dívidas no sector.

 

Como o Negócios noticiou, as dívidas do Serviço Nacional de Saúde (SNS) à indústria farmacêutica e às empresas de dispositivos médicos totalizavam 1.248,2 milhões de euros no final de Fevereiro, o que representava um agravamento de 37,5% (341 milhões) em relação ao montante das dívidas registadas no final de 2015.

 

O presidente da Apifarma, Almeida Lopes, manifestou na altura a expectativa de que, concluída a transferência global anunciada, as dívidas desçam para valores regulares. E será desta que o problema das dívidas ficará resolvido? "Desde que os pagamentos de rotina não sejam interrompidos, a situação ficará em patamares  aceitáveis", vaticinou.

 

Menos iludido quanto aos esforços "claramente insuficiente" do Governo, o secretário-geral da Apormed (dispositivos médicos), João Gonçalves, criticou que "não só os montantes disponibilizados não chegam para liquidar toda a dívida vencida, como [são] medidas conjunturais que não resolvem o subfinanciamento crónico do SNS".

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