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Enfermeiros do Centro Hospitalar da Cova da Beira anunciam greve para 22 de Agosto

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses anuncia a data do protesto e acusa uma "situação profundamente caótica" dada a ausência de número suficiente de profissionais.

07 de Agosto de 2018 às 19:35
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Os enfermeiros do Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB) decidiram esta terça-feira, em plenário, a realização de uma greve para o dia 22 de Agosto, devido à falta de profissionais naquela unidade de saúde da Covilhã.

"Foi feito o agendamento de uma greve para o dia 22 de Agosto, nos turnos da manhã e da tarde. Os objectivos [da greve] em primeiro lugar, passam pela contratação de enfermeiros. A situação está profundamente caótica. A maioria dos serviços só está a funcionar em grande parte do turno com dois enfermeiros escalados para 30 doentes", afirmou à agência Lusa, Guadalupe Simões, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Esta responsável explicou que em muitos serviços os enfermeiros são obrigados a fazer 16 horas seguidas (trabalho extraordinário), por ausência de número suficiente de profissionais.

"Este problema naturalmente que se agravou com a passagem para as 35 horas, mas o maior drama já vem de trás. Entre o início do ano e Junho, saíram 31 profissionais para outras instituições e que nunca foram substituídos por ausência de autorização por parte do Ministério da Saúde", sublinhou.

A sindicalista diz que, neste momento, não tem um valor exacto do número de enfermeiros necessários no CHCB.

Contudo, adianta que para o hospital funcionar minimamente, com o número suficiente de enfermeiros em cada turno e em cada um dos serviços, seria necessário admitir, no imediato, cerca de uma centena de profissionais.

Guadalupe Simões sublinha que há enfermeiros disponíveis para serem contratados, inclusivamente na região, uma vez que saíram recentemente recém-licenciados das escolas superiores de saúde de Castelo Branco e da Guarda.

"A manutenção desta situação é que não pode continuar porque os enfermeiros não aguentam mais, porque todos eles estão a fazer três e quatro turnos extraordinários para além do seu horário normal", sustentou.

No dia da greve ficou ainda decidido pedir uma reunião aos presidentes das Câmaras da Covilhã e do Fundão e aos vereadores dos respectivos municípios.

"Caso a situação se mantenha, a única alternativa é encerrar camas nos serviços. Naturalmente nenhum de nós quer isso, porque é um hospital de referência e que garante a acessibilidade à saúde das populações", concluiu.
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