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Marisa Matias retirava confiança ao governador do Banco de Portugal se fosse Presidente

A candidata presidencial Marisa Matias afirmou este domingo, 17 de Janeiro, que se fosse Presidente retiraria a confiança ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, entendendo que dessa forma seria difícil que se mantivesse em funções.

Miguel Baltazar/Negócios
17 de Janeiro de 2016 às 23:02
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A participar numa conferência organizada pela SEDES - Associação para o Desenvolvimento Económico e Social, em Lisboa, denominada "Portugal e os Portugueses - Que Presidente para a Presidência da República", Marisa Matias deixou a garantia: "como Presidente da República não dou a minha confiança ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa".

"Eu sei que a Presidente da República não tem poderes para destituir, nem acho que tenha necessidade de ter. Gostava era de ter ouvido, em seis anos, seis bancos, o Presidente da República retirar a confiança [ao governador do Banco de Portugal]", disse a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, acrescentando que também gostava de ter ouvido a mesma opinião da boca dos restantes candidatos presidenciais.

Marisa Matias disse não compreender como é que Carlos Costa se mantém em funções "depois de todos estes anos a ver o que se passou" ou como é que é reconduzido no cargo para mais cinco anos.

"Eu não daria a minha confiança e acho que seria muito difícil alguém ficar como governador não tendo a confiança de quem representa o mais alto cargo da nação", defendeu.

Marisa Matias pegou no caso do Banif para dizer que faltou um Presidente da República que "tivesse tomado partido pelo país", acrescentando que cabe ao chefe do Estado ser o aliado necessário para que estas situações não voltem a acontecer.

A candidata à Presidência da República entende que Portugal vive hoje um novo ciclo político, mas defendeu que as mudanças que trazem "alguma coisa boa às sociedades ou aos países" nunca foram feitas por pessoas obedientes ou que anuíram, que falam por "meias palavras" ou que querem estar bem "com deus e com o diabo".

Afirmou ter orgulho não só no país, como nas pessoas que cá vivem, razões pelas quais se preocupa com Portugal e não se importa de correr riscos, sublinhando que não tem de provar nada a ninguém, a não ser mostrar ao que vem e dizer quais são as suas propostas.

"Saberei aceitar com muita naturalidade sejam quais forem os resultados [eleitorais] e honrar a confiança que as pessoas entendam depositar em mim. Não me façam é desistir em nome dos vencedores anunciados porque hei de lutar até ao último dia por achar que temos o direito a ser felizes neste país e por achar que a alegria tem mesmo de substituir a fatalidade", disse Marisa Matias.

Sobre o período de austeridade que o país tem atravessado, a candidata disse que destruiu muitas famílias e muitas empresas, acreditando que actualmente o país vive um ciclo onde "a estabilidade da vida das pessoas começa a ser posta à frente da estabilidade dos interesses económicos".

"Entendo que esse ciclo não pode parar de maneira nenhuma em Belém", frisou.

Sobre os poderes do Presidente da República, afirmou que são suficientes, acusando Cavaco Silva de não ter sabido usar os poderes que tinha, ao mesmo tempo que "usou outros que não eram dele" e que "interferiu com outros órgãos de soberania, dando ordens ao Governo ou à Assembleia da República".
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