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Catarina Martins: "Marisa Matias vai a votos"

A líder do Bloco de Esquerda considera que é cada vez mais provável que exista uma segunda volta nas eleições presidenciais. Diz que Marisa Matias é fundamental para isso e critica Maria de Belém.

Catarina Martins: A líder bloquista ainda vota em Gaia, apesar da sua vida ser feita sobretudo em Lisboa, na Assembleia da República. A actriz, fundadora da companhia Visões Úteis, no Porto, nasceu em 1973; tem uma licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, com um mestrado em Linguística. É desde 2009 deputada pelo Bloco de Esquerda e porta-voz desde 2014.
Miguel Baltazar
06 de Dezembro de 2015 às 20:22
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O Bloco de Esquerda definiu como prioridade, este domingo 6 de Dezembro, a rápida concretização do acordo político que está na base do Governo PS e excluiu em absoluto a desistência da sua candidata presidencial, Marisa Matias, antes da primeira volta das eleições.

Estas posições foram transmitidas pela porta-voz desta força política, Catarina Martins, em conferência de imprensa, a meio de uma reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda.

Questionada se a candidata presidencial do Bloco de Esquerda admite desistir a favor da candidatura de Sampaio da Nóvoa, tendo em vista concentrar votos à esquerda, Catarina Martins respondeu: "Marisa Matias vai a votos" e "tem como objectivo passar à segunda volta".

As criticas a Marcelo e Maria de Belém

Sobre a questão das presidenciais, Catarina Martins definiu como meta impedir a eleição "do candidato apoiado pela direita" Marcelo Rebelo de Sousa logo à primeira volta. Fez duras críticas à candidatura da socialista Maria de Belém por "sobrepor as regras europeias à Constituição da República" e excluiu qualquer concentração de votos a favor da candidatura do ex-reitor da Universidade de Lisboa, Sampaio da Nóvoa.

As criticas de Catarina Martins a Maria de Belém dizem respeito às declarações que a candidata fez na Redacção Aberta do Negócios onde este na sexta-feira dia 4 de Dezembro. Questionada sobre a possibilidade de dissolver a Assembleia da República no caso extremo de estar em causa participação de Portugal no euro, Maria de Belém admitiu fazê-lo, como se pode ver aqui.

As declarações de Maria de Belém no Negócios desencadearem várias criticas à sua esquerda e a candidata fez saber no seu site que  não aceita dissolver a Assembleia da República "a pedido". Acrescenta que "em coerência com o seu percurso de vida, assume-se como uma candidata europeísta e atlantista na melhor tradição do socialismo europeu". Como tal, diz, "só uma situação de grande excepcionalidade que comprometesse este posicionamento de Portugal, vertido nos tratados internacionais poderia ser motivo de ponderação para a dissolução da Assembleia da República".

"Se há algo que as eleições legislativas nos ensinaram é que os excessos de tacticismo aritmético falham. Pelo contrário, a mobilização da esquerda é que torna possível a alteração do panorama político em Portugal", sustentou.

De acordo com a tese da porta-voz do Bloco de Esquerda, a lição das últimas legislativas "é que o milhão de pessoas que votou à esquerda do centro, que votou à esquerda do PS, é que foi promotor de mudanças em Portugal".

"Nas eleições presidenciais, da mesma forma, é também quem se posiciona à esquerda sem ambiguidades quem está em melhores condições para uma mudança. Começaram estas eleições presidenciais com a ideia de que Marcelo Rebelo de Sousa ganharia à primeira volta e que o próximo Presidente da República continuaria a ser uma figura de apoio ao PSD e ao CDS-PP, mas essa realidade está a mudar e é cada vez mais provável a existência de uma segunda volta. A candidatura de Marisa Matias e a mobilização da esquerda foi essencial para este processo", advogou.

Na conferência de imprensa, Catarina Martins referiu-se também ao recém-formado Governo socialista, alegando que o Bloco de Esquerda "já cumpriu a etapa de afastar a direita do poder" e de ter negociado com o PS" um programa que se destina a parar com o empobrecimento, recuperar rendimentos do trabalho (salários e pensões), parar privatizações e proteger o Estado social.

"A prioridade do Bloco de Esquerda é agora a implementação deste acordo que fizemos com o PS, no qual seja possível concretizar no mais curto período de tempo possível as medidas nele previstas. É necessário que no mais curto de tempo possível sejam revertidas as privatizações dos transportes colectivos, sejam recuperados salários e pensões, que se proceda ao descongelamento das pensões e se abra o processo de aumento do salário mínimo nacional", apontou.

Ainda em relação ao caderno de encargos do Governo do PS referido pela porta-voz do Bloco de Esquerda, foi especificada a necessidade do estabelecimento "de garantias do ponto de vista fiscal para que não existam mais penhoras de habitação própria".

"Esperamos que seja possível que as famílias com menores rendimentos tenham acesso automático à tarifa social de energia, permitindo que não haja casas sem luz no nosso país. É preciso também repor os feriados, as 35 horas semanais e reforçar os mecanismos para o combate à precariedade e ao abuso laboral", acrescentou.

Marisa Matias que esteve há uma semana na Redacção Aberta do Negócios já tinha afirmado que estava colocada de parte a hipótese de desistir da sua candidatura a Belém.

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