Quais são os principais entraves que se colocam à actividade das empresas e quanto é que eles pesam? Este foi o ponto de partida para um inquérito lançado este ano pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) junto de quase cinco mil empresas, e que já tem resultados: numa escala de zero a cinco, os custos de contexto têm uma pontuação de 3,04. E os piores resultados vão para o sistema de justiça, que surge destacado, os licenciamentos e o sistema fiscal.

De acordo com o inquérito "Custos de contexto: 2015 a perspectiva das empresas", divulgado esta quarta-feira pelo INE, as empresas vêem nos custos de contexto um entrave considerável na sua actividade. Numa escala de zero a cinco, as empresas dizem ser atingidas por níveis de custos de contexto de 3,04. Eles pesam mais no alojamento e restauração (3,21), na construção e imobiliário (3,15) e na indústria (3,12), e no segmento das pequenas e médias empresas.  

Em termos globais, o sistema judicial, e em particular a duração dos processos judiciais, é apontado como o problema dos problemas, mas também aqui é preciso atender à dimensão da empresa. Pequenas, médias e grandes empresas apontam o sistema de justiça e os licenciamentos, quando as micro-empresas sentem mais o efeito do sistema fiscal, e em particular da carga fiscal em sede de IVA.  

Ao longo dos últimos três anos, as empresas inquiridas não notaram melhorias significativas na situação, pelo contrário: em áreas como o sistema fiscal e a carga administrativa, os custos de contexto terão até aumentado, dizem.

Este é o primeiro inquérito desta natureza realizado pelo INE. O questionario foi enviado a 5.050 sociedades, tendo sido obtidas 4.239 respostas. A amostra é representativa dos diversos sectores de actividade e da dimensão das empresas.