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Chega e IL divergem na perspetiva de Rui Rio como primeiro-ministro

O líder do Chega considerou este domingo que Rui Rio "nunca seria o primeiro-ministro que Portugal precisa", enquanto o presidente da Iniciativa Liberal referiu que o líder do PSD pode dar um bom chefe de Governo, desde que tenha parceiros "com determinação".

Pedro Pina - RTP
10 de Janeiro de 2022 às 00:09
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Num debate televisivo na RTP3, no âmbito da pré-campanha para as eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, André Ventura e João Cotrim de Figueiredo centraram as suas intervenções nos pontos que separam os dois partidos, num confronto aceso e cheio de trocas de acusações.

No final do debate, a última questão do moderador sobre a perspetiva de Rui Rio como primeiro-ministro foi outro dos sinais de dois partidos distantes entre si.

"Rui Rio deu provas no parlamento de que esteve mais vezes ao lado do PS do que de quem interessava", respondeu André Ventura, quando questionado pelo moderador sobre se Rui Rio poderá ser um bom primeiro-ministro para o país, depois de já o ter chamado de "servente, submisso e traidor", tendo o líder do Chega lembrado que também já apelidou Rio de "mordomo de António Costa".

Para Ventura, "Rui Rio nunca seria o primeiro-ministro que Portugal precisa".

Já Cotrim de Figueiredo, apesar das várias críticas que fez a Rio, salientou que na Iniciativa Liberal "as ideias são mais importantes que as pessoas".

"Se Rui Rio estiver ao lado de um bom programa e tiver parceiros com determinação que não o deixem deixar de cumprir esse programa, pode ser um bom primeiro-ministro. Agora, precisa da Iniciativa Liberal, da sua energia, criatividade e coragem", vincou.

O início do debate começou com o líder do partido de extrema-direita a criticar o "arranjo" entre PSD, CDS-PP e Iniciativa Liberal para "passar a mensagem política de que o Chega não conta para a solução".

"Nós não nos vamos colocar em bicos de pés" para entrar numa solução governativa, referiu André Ventura.

Na resposta, Cotrim de Figueiredo considerou que o Chega quis "crescer muito depressa" para se tornar um partido inevitável no sistema partidário português, considerando que hoje aquela força liderada por Ventura está "a perder gás", é "desorganizada" e apresenta "políticas extremistas e populistas"

"O Chega não é confiável. Diz tudo e o seu contrário no espaço de um dia, de uma semana, de um mês", disse o líder da Iniciativa Liberal, recordando o momento em que André Ventura, no espaço de menos 24 horas, absteve-se, votou contra e a favor de uma proposta de alteração do Orçamento do Estado relativamente ao Fundo de Resolução do Novo Banco.

Já André Ventura, em resposta a uma crítica de Cotrim de Figueiredo à posição do Chega de defesa da TAP, acusou a Iniciativa Liberal de "não querer saber de Portugal" e de "só querer saber do lucro".

"Há interesses estratégicos que a TAP precisa de assegurar", defendeu, questionando de seguida uma proposta da Iniciativa Liberal presente no seu programa de 2019 em que "o aluno fica devedor da totalidade que pagou do seu curso, bem como dos juros, num prazo máximo de 30 anos".

Cotrim Figueiredo respondeu que essa proposta já não está no programa eleitoral, aproveitando o momento para comparar o tamanho dos programas dos dois partidos -- um documento com centenas de páginas contra dez páginas soltas do Chega.

"Já vi trabalhos no ensino secundário com mais densidade do que o que aqui está", comentou o líder da Iniciativa Liberal.

Cotrim de Figueiredo disse ainda que na visão do Chega "as pessoas estão postas em caixinhas, conforme a sua etnia ou origem social ou nacionalidade".

No debate, o presidente do Chega falou ainda da necessidade de uma pensão mínima, referindo que esta poderá ser financiada com 300 milhões de euros gastos em "instituições, fundações e observatórios", bem como com dinheiro recuperado a partir do combate à fraude.


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