"Pela nossa parte é possível um Governo com o Partido Socialista", disse Catarina Martins à saída do encontro com o Partido Comunista Português (PCP) esta sexta-feira, 16 de Outubro, onde as duas forças políticas discutiram "condições de política concreta". "O Bloco de Esquerda trabalha para um acordo com muita determinação, é para isso que cá estamos", disse.

Todavia, Catarina Martins, salientou que não pode, enquanto o processo de negociações está em curso, "comprometer-se com documentos que não existem". Posto isto, reforçou a necessidade de "de se começarem a concretizar compromissos".

"Mantemos essa determinação de que Portugal tem condições para ter um Governo diferente", disse, adiantando que "as negociações estão bem encaminhadas" e que o PS "mostrou vontade de responder a três condições essenciais" que o Bloco colocou em cima da mesa.

As prioridades do partido são as "pensões, a protecção do emprego e os salários", reforçou, acrescentando que na negociação com o PS "é possível chegar a acordos determinantes que não passam pela dívida publica".

Questionada sobre uma eventual pressão sobre o Presidente da República, Catarina Martins disse que este encontro entre as forças políticas de esquerda "não tem como objectivo pressionar" Cavaco Silva, mas antes "ver condições de política concreta", com impacto na vida dos portugueses.

A expectativa de Catarina Martins é que os encontros entre representantes dos três partidos "pudessem levar às direcções medidas concretas" e disse ainda que "o país tem pressa, e é natural que tenha" e que no o Bloco trabalhará para que se chegue em breve a um acordo.

"Passos Coelho e Paulo Portas não serão Governo no que nos diz respeito", reiterou ainda a líder do Bloco de Esquerda.