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"A dignidade humana não conhece fronteira”, afirma Costa

Passos Coelho e António Costa concordam que a Europa precisa de fazer mais em relação aos refugiados. O primeiro-ministro sustenta que a imigração pode ser útil para lidar com problemas demográficos. Costa defende que a dignidade humana não conhece fronteira.

Bruno Simão/Negócios
17 de Setembro de 2015 às 11:53
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Foi um dos poucos pontos em que Passos Coelho e António Costa estiveram em convergência no debate desta quinta-feira, 17 de Setembro, o último antes das eleições legislativas de 4 de Outubro. Ambos concordam que é necessário a Europa fazer mais para lidar com a crise de refugiados que se tem vivido no continente. Quanto a uma intervenção militar, Costa admite que poderá ser uma solução, já Passos não acredita nela.

 

"A Europa tem de se organizar melhor para dar resposta ao problema dos refugiados. Representa uma catástrofe humanitária que está a ocorrer", afirmou Passos Coelho. Destacando que Portugal tem tido uma "postura de grande abertura" para acolher estas pessoas, o primeiro-ministro sustenta que é necessário que sejam recebidas em "segurança e dignidade", algo que não se verifica em "alguns países".

 

"Espero que haja acordo muito rápido para permitir que todos aqueles [países] que têm possibilidades possam acolher esses refugiados", sustentou Passos Coelho. Mesmo relativamente aos imigrantes que "procuram a Europa por razões económicas", Passos diz que a Europa deve mostrar mais abertura. "A Europa deve mudar alguma coisa porque está a ficar um continente demasiado envelhecido e precisa de alguma imigração" e "é importante que cada país possa receber mas imigrantes".

 

Para António Costa, esta crise é mais uma prova de "como a Europa está incompleta". "O primeiro fracasso desta crise é a Europa não ter conseguido ter estado a altura de contribuir para a estabilização dos conflitos na fronteira, tem acontecido a leste, na Ucrânia, e a sul, na bacia mediterrânica". "Antes de ser espaço económico, a Europa é uma comunidade de valores assente num valor fundamental, a dignidade da pessoa humana, e isso não conhece fronteira, nem raça, nem credo", realça.

 

Intervenção militar? Passos acha que não resolve

Questionados sobre a necessidade uma intervenção militar para resolver o problema dos refugiados, Passos mostrou-se pouco favorável. "Não creio que esta solução tenha uma solução militar, julgo mesmo que poderá agravar este problema", afirmou, dizendo que Portugal fará, contudo, o que os seus aliados decidirem.

 

Costa mostrou-se mais favorável. "Em último lugar, a solução deverá ser militar", e "não devemos excluir liminarmente qualquer tipo de participação".

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