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Costa critica "aventuras da direita" de confiar contribuições sociais a mercados financeiros

"Não queremos nem podemos querer as aventuras em que a direita quer lançar o país, de confiar pelo menos uma parte das contribuições de todos nós para serem geridas pelos mercados financeiros. Os açorianos na diáspora sabem o que aconteceu a milhares de americanos, quando o mercado faliu e pensões deixaram de estar garantidas", afirmou António Costa.

Miguel A. Lopes/Lusa
16 de Janeiro de 2022 às 21:55
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O líder socialista alertou hoje para as "aventuras em que a direita quer lançar o país", confiando "pelo menos uma parte das contribuições" sociais nos mercados financeiros, em vez de deixar a Segurança Social a cargo do Estado.

"Não queremos nem podemos querer as aventuras em que a direita quer lançar o país, de confiar pelo menos uma parte das contribuições de todos nós para serem geridas pelos mercados financeiros. Os açorianos na diáspora sabem o que aconteceu a milhares de americanos, quando o mercado faliu e pensões deixaram de estar garantidas", afirmou António Costa.

O também primeiro-ministro discursava no concelho de Vila Franca do Campo, nos Açores, no primeiro dia de campanha eleitoral oficial para as legislativas antecipadas de dia 30.

Costa defendeu uma "segurança social pública", para ser para "todos e todas as gerações", assegurando que "daqui a 50 ou 100 anos o Estado está cá para garantir o sistema".

Noutra crítica à direita, o secretário-geral socialista defendeu que este não é o tempo para "adiar a subida do salário mínimo nacional ou congelar a descida do IRS".

"Não tenham ilusões. Quem não quer subir o salário mínimo muito menos quer subir o salário médio", sustentou, assegurando que, da parte do PS, "a subida do salário mínimo é mesmo um início para a subida dos salários médios".

O secretário-geral socialista avisou ainda que o "combate sem tréguas à corrupção" não pode ser travado com as tentativas da direita "de controlar a autonomia do Ministério Público", defendidas a propósito da reforma da Justiça.

"Este não é o tempo para novas aventuras, onde, a propósito da reforma da Justiça, o que verdadeiramente se pretende, a única intenção, é assegurar o controlo do poder político sobre a autonomia do Ministério Público, fragilizando a capacidade das autoridades judiciárias darem um combate sem tréguas à corrupção", afirmou.

De acordo com Costa, esse combate à corrupção "não pode ser travado com tentativas de controlar a autonomia do Ministério Público".

Na apresentação dos candidatos da lista do PS pelo círculo eleitoral dos Açores às eleições legislativas, Costa sustentou ainda que "este é o tempo de progresso e não de retrocesso".

"Queremos garantir um Serviço Nacional de Saúde [SNS] cada vez mais forte, mas que seja universal, público, e tendencialmente gratuito", frisou. "Não queremos, como a direita quer, um SNS onde a classe média seja obrigada a pagar os cuidados de saúde", vincou ainda.
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