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Costa diz que "“PS não é nem será o PASOK"
O secretário-geral socialista, António Costa, defendeu este sábado, 31 de Janeiro, que "a verdadeira e única lição" a tirar das eleições gregas é que o PS "não é nem será o PASOK", porque se propõe ser alternativa e travar austeridade.
"A verdadeira e única lição que temos a retirar das eleições gregas é que o PS em Portugal não é nem será o PASOK, porque não estamos cá para servir as políticas que têm sido seguidas mas, pelo contrário, criar alternativa às políticas que têm sido seguidas", afirmou António Costa.
Na intervenção de abertura da reunião da Comissão Nacional do PS, em Setúbal, o líder socialista afirmou a necessidade de "travar a austeridade" e de elevar o "debate democrático" à escala europeia, apontando para um caminho que não é necessariamente o do Governo do Syriza, na Grécia.
"A verdade é que não é preciso olhar para o novo governo grego, basta olhar para o velho governo irlandês, que perante as oportunidades de mudança aquilo que diz é: esta mudança tem que ser mais vasta, tem que ser mais consistente e tem também que servir os interesses da Irlanda", afirmou.
Para Costa, "não é uma questão de ser radical ou não ser radical, não é sequer uma questão de ser de esquerda ou ser de direita, é uma questão de ser patriota e de ter ou não ter centradas as atenções na defesa dos interesses da economia nacional".
O secretário-geral do PS argumentou que "a melhor forma de defender o projecto europeu, de defender o euro, é criar condições para que no campo democrático dos defensores da integração europeia, dos defensores do euro, seja possível criar alternativas que reforcem a Europa e que reforcem o euro".
"Se não criarem alternativas entre os defensores do euro e os defensores da Europa para uma nova política, essas alternativas surgirão não entre os defensores da Europa, mas entre os inimigos da Europa, não nos defensores da democracia, mas nos defensores do radicalismo, não nos defensores do euro mas naqueles que querem combater o euro", sustentou.
Costa afirmou que as mudanças que já se verificam na Europa têm de ser acompanhadas por uma mudança em Portugal, considerando que as críticas a fazer aos sinais dessa mudança, o plano Juncker ou o programa do BCE, é que não são ainda suficientes.
"Mas não é esta a posição do Governo português", condenou Costa, acusando Passos de recusar uma "leitura inteligente do tratado orçamental" e de ter sido derrotado pelo programa de compra de dívida do BCE.
"O novo campo hoje do debate democrático já não está reduzido às fronteiras de cada Estado nacional, trava-se à escala europeia", disse, defendendo a necessidade de "alianças alargadas a nível europeu".
António Costa sublinhou que o PS não está contra a União Europeia, qualificando-o, aliás, de "partido campeão da integração europeia em Portugal", mas advertiu: "Ou a Europa muda de política ou a Europa perderá o apoio popular".
O líder socialista defendeu que, apesar do plano Juncker e do programa do BCE constituírem sinais "importantes", não haverá relançamento da economia enquanto se persistir na austeridade.
"É preciso travar a austeridade para relançar a economia e poder criar emprego e ter crescimento", declarou, reclamando que mais investimento, mas também defendendo uma "alteração na política de rendimento".