O PSD já tem candidato à câmara de Lisboa, mas o presidente da concelhia social-democrata desconhece quem foi a pessoa escolhida por Passos Coelho. Resumidamente é este o estado da arte da já longa novela em torno do candidato do PSD - ainda desconhecido - à autarquia lisboeta.

Através do Facebook, Mauro Xavier, presidente da concelhia do PSD-Lisboa, disse esta quinta-feira, 16 de Março, ter acabado de saber que Passos Coelho já havia dado a "indicação do nome" do candidato do partido à Câmara Municipal de Lisboa nas eleições locais deste ano.

Mauro Xavier faz questão de mostrar "profundo desagrado com a metodologia escolhida" por Passos na gestão deste processo, no qual a concelhia social-democrata não foi envolvida, lamenta. E acrescenta não saber quem foi a pessoa escolhia, a quem, ainda assim, deseja "os maiores sucessos políticos".

No que compete à concelhia lisboeta, Mauro Xavier recorda que "temos um programa inovador para a cidade preparado pelo grupo de trabalho liderado pelo José Eduardo Martins". A escolha de Eduardo Martins, um dos mais proeminentes críticos internos à liderança de Passos Coelho, para delinear o programa do PSD para Lisboa foi logo à partida vista como uma espécie de afronta ao actual presidente do partido.

Seja como for, Mauro Xavier defende que "este é o tempo do PSD estar unido em torno da sua candidatura", sustentando que o balanço deve ser feito apenas depois de os votos estarem "contados". E finaliza dizendo que, "no que depender de mim", será o candidato escolhido por Passos a marcar presença na "varanda da praça do município" no dia das eleições.

Esta quinta-feira Passos Coelho garantiu ter feito "uma boa escolha" para a autarquia lisboeta, considerando que será uma personalidade "que permitirá ao PSD ter uma afirmação em Lisboa de acordo com aquilo que é a nossa tradição", o que passa por "ganhar".

Em declarações feitas à margem da visita realizada esta manhã à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), citadas pela Lusa, e sem concretizar se se referia à deputada e vice-presidente do partido, Teresa Leal Coelho, Passos especificou que não deve ser ele a anunciar o nome do candidato, deixando essa responsabilidade à distrital do PSD, que tem encontro marcado já para o próximo fim-de-semana.

E apesar de reiterar que a intenção do partido passa por reconquistar a câmara da capital, o presidente social-democrata admitiu um cenário de coligação pós-eleitoral com o CDS, cuja candidata é a presidente centrista, Assunção Cristas, hipótese em torno da qual chegou a ser falada a hipótese de recolher também o apoio do PSD, o que acabou por não se verificar, pese embora o CDS não ser um "adversário directo do PSD", diz Passos.