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Temer assume Presidência do Brasil, enquanto Rousseff procura apoios na ONU

O vice-presidente do Brasil, Michel Temer, assumiu quinta-feira interinamente a presidência do país, enquanto Dilma Rousseff viajou para Nova Iorque para procurar apoios internacionais contra o que considera o "golpe de Estado" de que está a ser vítima.

Reuters
Negócios com Lusa 22 de Abril de 2016 às 01:47

Michel Temer é o primeiro na linha de sucessão e poderá assumir o cargo de Presidente temporariamente caso o Senado aceite prosseguir com o julgamento político contra Dilma Rousseff, durante uma votação que deverá ocorrer em Maio.

 

Dilma Rousseff tentou evitar a todo o custo ver na presidência Michel Temer, que considera um dos "líderes da conspiração" contra si e por isso cancelou várias viagens internacionais nos últimos meses, incluindo a sua participação na Cimeira Nuclear, que se realizou em Washington, no início de Abril.

 

A presidente brasileira também declinou o convite do Comité Olímpico Internacional para participar na cerimónia de acender a tocha olímpica dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, que decorreu na quinta-feira.

 

Na quarta-feira mudou de estratégia e anunciou à última hora que viajava para Nova Iorque, onde pretende denunciar na sede da ONU que é vítima de um "golpe de Estado" que, segundo Dilma Rousseff, está a ser dirigido por Michel Temer.

 

Dilma Rousseff viajou quinta-feira para os Estados Unidos, onde deve ficar até sábado. Esta sexta-feira, a presidente vai assistir à assinatura do acordo global sobre alterações climáticas.

 

Na reunião na ONU, segundo fontes oficiais, Dilma Rousseff vai fazer um discurso concentrados nas conquistas do Brasil na luta contra as alterações climáticas e a desflorestação, mas também poderá aproveitar a ocasião para falar sobre a delicada situação política que o Brasil atravessa.

 

Segundo a imprensa brasileira, a Câmara dos Deputados terá pago a membros do parlamento para "evitar que o mundo escute a versão errada do que está a acontecer no Brasil".

Recorde-se que, numa votação que superou as expectativas, mais de 70% dos deputados da Câmara decidiram no passado domingo (era já madrugada do dia seguinte em Lisboa) enviar para o Senado as denúncias de que Dilma terá cometido crime de responsabilidade ao praticar as chamadas "pedaladas fiscais" através das quais mascarou a situação do país, que vive hoje a maior recessão em cem anos, com 10 milhões de desempregados e o Tesouro federal à beira da ruptura financeira. 


A palavra decisiva cabe agora aos senadores. Possivelmente só no Outono haverá um veredicto final. Mas independentemente do resultado dessa votação é praticamente certo que Dilma será muito em breve afastada do Palácio da Alvorada.  Isso sucederá logo que o Senado vote a "admissibilidade" do pedido da Câmara. Para tal é apenas preciso uma maioria simples, que todos os partidos admitem estar assegurada.

Esse voto pode ocorrer ainda na primeira semana de Maio. A partir desse momento, o vice-presidente Michel Temer passa à chefia interina do Executivo pelo prazo máximo de seis meses. Durante esse período, o Senado terá de concluir, por dois terços, se Dilma cometeu ou não crimes contra a Constituição e a Lei Orçamental. 

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