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Seguro diz que Passos Coelho foi eleito com base numa mentira
O líder do PS acusou o Governo de ter transformado os cortes provisórios em definitivos. É mais uma mentira a somar à promessa de não aumentar impostos.
“Já estamos habituados a um Governo que diz uma coisa publicamente e depois contrata e assume compromissos com a troika completamente diferentes”, acusou esta manhã no Parlamento António José Seguro. O líder socialista referia-se à carta de intenções que o Governo vai enviar à troika e que o PS teme que inclua novas medidas de austeridade para o futuro.
“Também esperava que dissesse algo da estratégia orçamental. E por que é que mais uma vez mudou de opinião em 15 dias. Há cerca de 3 semanas, dizia: não vai haver aumento de impostos”. Entretanto, o Documento de Estratégia Orçamental traz um “aumento do IVA e um aumento da TSU para todos os trabalhadores. O que significa que é o costume: promete uma coisa e faz outra completamente diferente”.
Já “não é a primeira vez: ganhou as eleições [de 2011] com base numa mentira. Recordo que, ao contrário do que prometeu, disse que eram cortes provisórios, mas transformou-os, neste DEO, em definitivos”.
Seguro pediu ainda a Passos Coelho uma “reacção a uma declaração de Pedro Passos Coelho quando disse, antes de ser primeiro-ministro: ‘como é possível manter um Governo em que o primeiro-ministro mente?”.
Passos diz que carta de intenções só é publicada após reunião do FMI
O primeiro-ministro respondeu às críticas sublinhando que as contas do anterior Governo não eram credíveis. “A situação de partida das contas públicas era muito diferente da que o Governo tinha transmitido, tão diferentes que foi preciso realizar ajustamentos ao memorando”, justificou.
“Imagine a credibilidade que tinham as metas que o seu Governo tinha apresentado no PEC IV e que prometiam um enorme excedente e crescimento ainda em 2014”, ironizou.
Quanto à carta de intenções, Passos reafirmou o que disse o FMI. “11 dessas cartas foram escritas e divulgadas de acordo com as regras: a seguir à reunião que o FMI realiza para aprovar o resultado da avaliação”, explicou. Ou seja, só depois da reunião do Conselho Executivo do FMI que vai aprovar o relatório da 12ª avaliação, em Junho.
“O senhor deputado sabe que essas são as regras, vai ao site do Governo e vê as 11 cartas publicadas, e quer fazer um caso de campanha com a última que vai ser escrita e que é a única que não vai ser acompanhada de um memorando porque fechamos o programa”, sublinhou.