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Santos Silva: Votação sobre professores foi um "espetáculo de enorme irresponsabilidade"
Depois do presidente do PS, agora é a vez do número dois do Governo dramatizar as consequências da votação que decorreu na quinta-feira no Parlamento e que juntou o PSD e o CDS com o Bloco de Esquerda e o PCP.
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros e número dois do Governo de António Costa, critica fortemente os partidos que na quinta-feira aprovaram a contabilização total do tempo de serviço congelado aos professores.
Em entrevista à TSF, Santos Silva classificou a votação de "um espetáculo de enorme irresponsabilidade", de "absoluta irresponsabilidade orçamental" e de "extrema gravidade", pedindo aos partidos para reconsiderarem a sua decisão.
Augusto Santos Silva insistiu que o Governo não pode pôr em causa a responsabilidade orçamental nem os compromissos assumidos internacionalmente, destacando que a reposição do tempo de serviço congelado aos docentes implicaria um aumento "absolutamente brutal" da despesa permanente, "na ordem das muitas centenas de milhões por ano".
"Os partidos à esquerda do PS não podem criar questões de ingovernabilidade ao Governo que eles próprios apoiam", enfatizou Santos Silva, destacando que "o país não pode estar dependente de coligações negativas".
Em declarações publicadas na edição desta sexta-feira do Público, o presidente do PS vai mais longe e admite que em cima da mesa poderá estar uma demissão do governo na reunião extraordinária de coordenação política do Executivo que decorre esta manhã.
"É legítimo pensar-se que o PS não pode assumir responsabilidades de governo quando entende que as políticas a que fica obrigado tornam essa gestão insustentável", afirmou Carlos César.