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Santana Lopes: "Os partidos têm de olhar para o CDS e ver que não são como os diamantes"

Antigo primeiro-ministro e atual presidente da Câmara da Figueira da Foz diz que o PSD, partido do qual foi militante, deve regressar às bases para recompor o seu eleitorado.

Pedro Ferreira
15 de Junho de 2022 às 15:24
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Foi em agosto de 2018 que Pedro Santana Lopes pôs fim a 40 anos de militância no PSD, enviando uma carta aos militantes com os motivos para tal tomada de decisão. Ainda assim, o antigo primeiro-ministro continua atento aos vários capítulos que se vão escrevendo na história do seu PPD (sigla que surge sempre primeiro na sua boca quando se refere ao partido do coração).

O atual presidente da Câmara da Figueira da Foz admite que quando deixou a militância social-democrata "já sabia que ia ser Rui Rio e depois [Luís] Montenegro" a assumirem a liderança do PSD. E recorda que o que apontou sobre Rio foi o que, quatro anos depois, muitos críticos lhe apontaram também.

Sobre o futuro político do seu antigo partido, Santana frisa que "os partidos têm de olhar para o CDS e ver que não são como diamantes". "Não são mesmo. E como tudo o que é humano, um dia podem acabar."

O agora autarca, que é o convidado desta semana do podcast Conversas Visíveis, diz não querer "meter a foice na seara do PSD", mas lembra que "o PPD/PSD foi grande quando era comandado pelos homens bons das terras". E quem são estes "homens bons"? "Como dizia Mota Pinto, os que subiam a vida a pulso", aponta.

O episódio estará disponível no site do Jornal de Negócios e nas plataformas Apple Podcasts e Spotify a partir desta quinta-feira, dia 16 de junho. A conversa desta semana foi conduzida por Jorge Marrão e pela diretora do Jornal de Negócios, Diana Ramos.

"O problema do PSD foi quando começou a ser dominado pelos homens do aparelho em vez dos homens bons das terras. Este é o pecado mortal", sintetiza o também ex-primeiro-ministro.

Em parte, adianta Santana, "além de Rui Rio, foi isto que me levou a sair". "Por falta de esperança de que isto possa mudar."

O que são as Conversas Visíveis?

As Conversas Visíveis são um novo projeto que é complementar da Mão Visível, o espaço de opinião que junta Álvaro Nascimento, António Nogueira Leite, Joaquim Aguiar, Jorge Marrão e Paulo Carmona. A cada quinze dias, dois destes colunistas vão conduzir um entrevistado pelos "mistérios da estrada da democracia em Portugal".

 

As Conversas Visíveis procuram identificar o que está na sombra da política, o que se esconde nos discursos e nas decisões, mas que acabará sempre por se revelar na realidade efetiva das coisas. O compromisso assumido pela equipa da Mão Visível é o de que irá falar sobre as sombras e os mistérios da democracia portuguesa, onde se escondem os fatores que geram endividamento sem estimularem crescimento, onde se agravam as desigualdades sociais e onde persiste o crescimento da despesa pública e da expansão de funções do Estado.




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