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Rui Rio cancela agenda e escapou aos jornalistas após comissão política
O líder do PSD não vai estar presente no evento Youth4Europe que acontece hoje às 17:00.
Rui Rio é o único líder dos quatro partidos que aprovaram a contagem integral do tempo de serviço dos professores que ainda não se pronunciou sobre a crise política depois do primeiro-ministro ter anunciado ao país que o governo pode demitir-se se o diploma que consagra o descongelamento da carreira dos professores for aprovado em votação final a 15 de maio.
"Informamos que o Presidente do PSD, Rui Rio, não estará presente no evento Youth4Europe", refere uma nota do PSD à imprensa onde é atualizada a agenda do líder do partido, que hoje tinha apenas este ponto.
O evento que terá lugar na Escola Secundária de Rio Tinto, Gondomar, está marcado para as 17:00 e representava a próxima oportunidade para ouvir o que o líder do partido da oposição tem a dizer sobre a atual crise política.
O PSD realizou esta manhã uma reunião da comissão política, mas como conta o Público, Rui Rio "fintou" os jornalistas.
Esta reunião da comissão política, noticiada ontem pela RTP, não esteve na agenda oficial do partido. Os jornalistas foram para a sede do PSD no Porto, mas segundo o jornal decorreu noutro local, o que permitiu a Rui Rio escapar aos jornalistas.
António Costa fez a declaração ao país pelas 17:00 de sexta-feira e Jerónimo de Sousa, Catarina Martins e Assunção Cristas reagiram pouco depois. A líder do CDS foi a última a falar na declaração que efetuou pelas 19:30. No PSD coube a Margarida Mano reagir. Uma das deputadas do PSD na comissão parlamentar de Educação e Ciência acusou o primeiro-ministro de mentir "deliberadamente".
"Golpe de teatro"
Rui Rio falou ontem de manhã, numa altura em que decorria uma reunião de emergência do núcleo restrito do Governo em São Bento para determinar a resposta à coligação negativa que quinta-feira permitiu a PSD, CDS, Bloco de Esquerda e PCP aprovar a contagem integral do tempo de serviço dos professores.
Numa altura em que já se sabia que em cima da mesa estava uma potencial demissão do Governo, Rui Rio disse que não embarcava na tese de que existe uma crise política. Para Rio a explicação para esta situação é simples: a campanha do PS para as europeias está a "correr mal" e o Governo "tenta um golpe de teatro".
"Estamos em maio, há eleições marcadas para 6 de outubro, isto é um teatro, o Governo demitir-se ou não (...) É um golpe de teatro, não tem efeito prático", reage notando que a consequência de uma queda do Executivo serviria apenas para antecipar num ou dois meses as legislativas previstas para outubro.
Quanto às acusações de irresponsabilidade oriundas do Governo e do PS, sobretudo quanto ao buraco orçamental decorrente da contagem "integral" do tempo de serviço das carreiras docentes e a uma hipotética inconstitucionalidade por violação da norma travão, o líder social-democrata acusa o Executivo de "enganar os portugueses" e de estar a "mentir".