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Rio revela ministros-sombra: Álvaro Almeida nas Finanças e Vinhas da Silva na Economia

O presidente do PSD anunciou a composição do governo-sombra que vai preparar o programa que o partido apresentará às legislativas de 2019. O Conselho Estratégico Nacional vai funcionar descentralizado, com duas áreas sectoriais em Coimbra e outras duas no Porto. Viseu e Aveiro acolhem uma área sectorial cada e Finanças Públicas vai funcionar dividida entre Lisboa e Porto.

Lusa
David Santiago dsantiago@negocios.pt 12 de Abril de 2018 às 17:35
Com três semanas de atraso face à data inicialmente prevista, Rui Rio divulgou finalmente os nomes que vão integrar o reformulado Conselho Estratégico Nacional (CEN) do PSD, incumbido da responsabilidade de escrever o programa de governo com que os sociais-democratas vão concorrer às eleições legislativas do próximo ano. Como havia já sido anunciado, o renovado CEN, que tem como coordenador-geral o vice-presidente social-democrata David Justino, divide-se em 16 áreas sectoriais, cada uma das quais com um coordenador sectorial e um porta-voz. 

Justino, que acumulará a coordenação da pasta de Educação, Cultura, Juventude e Desporto, terá como adjuntos na liderança do CEN os deputados António Leitão Amaro e Bruno Coimbra e ainda Paula Reis, professora de Sociologia da FCSH que já trabalhou com o ex-ministro da Educação.

O candidato independente à Câmara do Porto nas últimas eleições, Álvaro Almeida, agora já filiado no partido, será o ministro-sombra das Finanças Públicas, tendo como porta-voz Joaquim Sarmento, professor auxiliar de Finanças do ISEG. Já a pasta da Economia, Trabalho e Inovação fica a cargo de Rui Vinhas da Silva, professor na área de Marketing no ISCTE. Luís Todo Bom, professor de Estratégia Empresarial do ISCTE, será o porta-voz para a Economia. 

O presidente do PSD reiterou que o objectivo passou por conciliar experiência com juventude. Assim, Rio disse que na figura do coordenador foram apontadas pessoas "com mais experiência e mais currículo" e para a função de porta-vozes pessoas com perfil "mais jovem e mais disposto para o combate político directo".

A média de idades dos coordenadores é de 60 anos e dos porta-vozes de 45. Contudo, há porta-vozes que estão longe de serem jovens ou menos experientes, como o demonstra a escolha do professor Luís Todo Bom (faz 70 anos em Maio) para porta-voz. Há nove mulheres numa equipa composta por um total de 32 elementos, que inclui oito independentes. Ao contrário do que chegou a ser avançado pelo próprio Rio, nenhum elemento acumulará a pasta de coordenador com a de porta-voz. 

Questionado sobre se a composição do CEN, que Rio voltou a rejeitar classificar de governo-sombra, mostra uma renovação ou continuidade, o líder social-democrata não tem dúvidas: "há uma renovação. A renovação é a capacidade de conjugarmos a experiência, o saber e a ponderação com a vontade e dinâmica própria de quem é mais jovem. Uma sociedade constrói-se assim, com a experiência acumulada de quem já viveu as situações e a vontade dos mais jovens". É esta conjugação entre experiência e vontade que "faz o equilíbrio natural", sustentou. 

CEN vai actuar de forma descentralizada

Na linha da importância atribuída por Rui Rio à descentralização e à deslocalização, o novo CEN vai ser operacionalizado com base nesta ideia. Porto (Infra-estruturas e Coesão do Território; Solidariedade e Bem-estar) e Coimbra (Reforma do Estado, Autonomia e Descentralização; Justiça, Cidadania e Igualdade) vão acolher duas áreas sectoriais cada, enquanto Viseu (Agricultura, Alimentação e Florestas) e Aveiro (Ambiente, Energia e Natureza) recebem uma área cada.

Já as Finanças Públicas vão funcionar de forma "mista", visto que o coordenador trabalhará a partir do Porto (Álvaro Almeida) e o porta-voz de Lisboa (Joaquim Sarmento). As restantes pastas ficarão na capital. 

No discurso de encerramento do Congresso do PSD de Fevereiro passado, Rio propôs, em termos de deslocalização, que o Tribunal Constitucional ou a Provedoria de Justiça pudessem ser transferidas para Coimbra. E, já como líder em funções do partido, identificou a descentralização (a par dos fundos europeus) como área prioritária de entendimento com o Governo. É Álvaro Amaro o responsável por negociar a reforma da descentralização com o Executivo socialista e será também o presidente da câmara da Guarda a tutelar esta área no CEN.

A intenção do presidente social-democrata passa por replicar o CEN em todas as distritais, que assegura já estarem "a trabalhar" para criarem as 
"dinâmicas distritais" que permitirão a pretendida interacção com o organismo liderado por Justino.

Porém, a concretização destas dinâmicas ao nível distrital está atrasada, em especial pela dificuldade de operacionalização das mesmas. Relatos ouvidos pelo Negócios a dirigentes regionais do PSD sublinham que há ainda várias questões a aguardar clarificação. E Rio admite que a pouco mais de um ano das legislativas não será possível pôr a engrenagem a funcionar em pleno: "o nível de êxito pode ficar em 40%, 50% ou 60%". 


Rio disse ainda que, em princípio, a primeira reunião geral do CEN terá lugar no próximo dia 21 de Abril, em Coimbra. No site do PSD foi já disponibilizada a lista completa das pessoas, e respectivos currículos, que vão integrar o CEN: 


Assuntos Europeus

Coordenador: Isabel Meirelles

Porta-voz: Mara Ribeiro Duarte

 

Relações Externas

Coordenador: Tiago Moreira de Sá

Porta-voz: Diana Soller

 

Finanças Públicas

Coordenador: Álvaro Almeida

Porta-voz: Joaquim Sarmento

 

Reforma do Estado, Autonomias e Descentralização

Coordenador: Álvaro Amaro

Porta-voz: João Paulo Barbosa de Melo

 

Defesa Nacional

Coordenador: Ângelo Correia

Porta-voz: Jorge Neto

 

Justiça, Cidadania e Igualdade

Coordenador: Licínio Lopes Martins

Porta-voz: Mónica Quintela

 

Segurança Interna e Protecção Civil

Coordenador: José Matos Correia

Porta-voz: José Manuel Moura

 

Agricultura, Alimentação e Florestas

Coordenador: Arlindo Cunha

Porta-voz: João Paulo Gouveia

 

Infra-estruturas e Coesão do Território

Coordenador: Falcão e Cunha

Porta-voz: Vladimiro Feliz

 

Ambiente, Energia e Natureza

Coordenador: Ana Isabel Miranda

Porta-voz: Salvador Malheiro

 

Economia, Trabalho e Inovação

Coordenador: Rui Vinhas da Silva

Porta-voz: Luís Todo Bom

 

Saúde

Coordenador: Luís Filipe Pereira

Porta-voz: Ricardo Baptista Leite

 

Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar

Coordenador: Silva Peneda

Porta-voz: António Tavares

 

Educação, Cultura, Juventude e Desporto

Coordenador: David Justino

Porta-voz: Cláudia André

 

Ensino Superior, Ciência e Tecnologia

Coordenador: Maria da Graça Carvalho

Porta-voz: Filipa Roseta

 

Assuntos do Mar

Coordenador: Regina Salvador

Porta-voz: Cristóvão Norte


(Notícia actualizada pela última vez às 18:30)
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