Notícia
Rio revela ministros-sombra: Álvaro Almeida nas Finanças e Vinhas da Silva na Economia
O presidente do PSD anunciou a composição do governo-sombra que vai preparar o programa que o partido apresentará às legislativas de 2019. O Conselho Estratégico Nacional vai funcionar descentralizado, com duas áreas sectoriais em Coimbra e outras duas no Porto. Viseu e Aveiro acolhem uma área sectorial cada e Finanças Públicas vai funcionar dividida entre Lisboa e Porto.
Justino, que acumulará a coordenação da pasta de Educação, Cultura, Juventude e Desporto, terá como adjuntos na liderança do CEN os deputados António Leitão Amaro e Bruno Coimbra e ainda Paula Reis, professora de Sociologia da FCSH que já trabalhou com o ex-ministro da Educação.
O presidente do PSD reiterou que o objectivo passou por conciliar experiência com juventude. Assim, Rio disse que na figura do coordenador foram apontadas pessoas "com mais experiência e mais currículo" e para a função de porta-vozes pessoas com perfil "mais jovem e mais disposto para o combate político directo".
A média de idades dos coordenadores é de 60 anos e dos porta-vozes de 45. Contudo, há porta-vozes que estão longe de serem jovens ou menos experientes, como o demonstra a escolha do professor Luís Todo Bom (faz 70 anos em Maio) para porta-voz. Há nove mulheres numa equipa composta por um total de 32 elementos, que inclui oito independentes. Ao contrário do que chegou a ser avançado pelo próprio Rio, nenhum elemento acumulará a pasta de coordenador com a de porta-voz.
Questionado sobre se a composição do CEN, que Rio voltou a rejeitar classificar de governo-sombra, mostra uma renovação ou continuidade, o líder social-democrata não tem dúvidas: "há uma renovação. A renovação é a capacidade de conjugarmos a experiência, o saber e a ponderação com a vontade e dinâmica própria de quem é mais jovem. Uma sociedade constrói-se assim, com a experiência acumulada de quem já viveu as situações e a vontade dos mais jovens". É esta conjugação entre experiência e vontade que "faz o equilíbrio natural", sustentou.
CEN vai actuar de forma descentralizada
Na linha da importância atribuída por Rui Rio à descentralização e à deslocalização, o novo CEN vai ser operacionalizado com base nesta ideia. Porto (Infra-estruturas e Coesão do Território; Solidariedade e Bem-estar) e Coimbra (Reforma do Estado, Autonomia e Descentralização; Justiça, Cidadania e Igualdade) vão acolher duas áreas sectoriais cada, enquanto Viseu (Agricultura, Alimentação e Florestas) e Aveiro (Ambiente, Energia e Natureza) recebem uma área cada.
Já as Finanças Públicas vão funcionar de forma "mista", visto que o coordenador trabalhará a partir do Porto (Álvaro Almeida) e o porta-voz de Lisboa (Joaquim Sarmento). As restantes pastas ficarão na capital.
No discurso de encerramento do Congresso do PSD de Fevereiro passado, Rio propôs, em termos de deslocalização, que o Tribunal Constitucional ou a Provedoria de Justiça pudessem ser transferidas para Coimbra. E, já como líder em funções do partido, identificou a descentralização (a par dos fundos europeus) como área prioritária de entendimento com o Governo. É Álvaro Amaro o responsável por negociar a reforma da descentralização com o Executivo socialista e será também o presidente da câmara da Guarda a tutelar esta área no CEN.
A intenção do presidente social-democrata passa por replicar o CEN em todas as distritais, que assegura já estarem "a trabalhar" para criarem as "dinâmicas distritais" que permitirão a pretendida interacção com o organismo liderado por Justino.
Porém, a concretização destas dinâmicas ao nível distrital está atrasada, em especial pela dificuldade de operacionalização das mesmas. Relatos ouvidos pelo Negócios a dirigentes regionais do PSD sublinham que há ainda várias questões a aguardar clarificação. E Rio admite que a pouco mais de um ano das legislativas não será possível pôr a engrenagem a funcionar em pleno: "o nível de êxito pode ficar em 40%, 50% ou 60%".
Rio disse ainda que, em princípio, a primeira reunião geral do CEN terá lugar no próximo dia 21 de Abril, em Coimbra. No site do PSD foi já disponibilizada a lista completa das pessoas, e respectivos currículos, que vão integrar o CEN:
Assuntos Europeus
Coordenador: Isabel Meirelles
Porta-voz: Mara Ribeiro Duarte
Relações Externas
Coordenador: Tiago Moreira de Sá
Porta-voz: Diana Soller
Finanças Públicas
Coordenador: Álvaro Almeida
Porta-voz: Joaquim Sarmento
Reforma do Estado, Autonomias e Descentralização
Coordenador: Álvaro Amaro
Porta-voz: João Paulo Barbosa de Melo
Defesa Nacional
Coordenador: Ângelo Correia
Porta-voz: Jorge Neto
Justiça, Cidadania e Igualdade
Coordenador: Licínio Lopes Martins
Porta-voz: Mónica Quintela
Segurança Interna e Protecção Civil
Coordenador: José Matos Correia
Porta-voz: José Manuel Moura
Agricultura, Alimentação e Florestas
Coordenador: Arlindo Cunha
Porta-voz: João Paulo Gouveia
Infra-estruturas e Coesão do Território
Coordenador: Falcão e Cunha
Porta-voz: Vladimiro Feliz
Ambiente, Energia e Natureza
Coordenador: Ana Isabel Miranda
Porta-voz: Salvador Malheiro
Economia, Trabalho e Inovação
Coordenador: Rui Vinhas da Silva
Porta-voz: Luís Todo Bom
Saúde
Coordenador: Luís Filipe Pereira
Porta-voz: Ricardo Baptista Leite
Solidariedade e Sociedade de Bem-Estar
Coordenador: Silva Peneda
Porta-voz: António Tavares
Educação, Cultura, Juventude e Desporto
Coordenador: David Justino
Porta-voz: Cláudia André
Ensino Superior, Ciência e Tecnologia
Coordenador: Maria da Graça Carvalho
Porta-voz: Filipa Roseta
Assuntos do Mar
Coordenador: Regina Salvador
Porta-voz: Cristóvão Norte
(Notícia actualizada pela última vez às 18:30)