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Remodelação grande ou pequena? Está tudo nas mãos de Passos Coelho

Os jornais dividem-se sobre o que Passos Coelho vai fazer para colmatar a saída do ministro Miguel Macedo. Há quem entenda que a remodelação terá de ser alargada, mas também há quem diga que o primeiro-ministro só vai fazer uma substituição directa.

Miguel Baltazar
17 de Novembro de 2014 às 14:47
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Depois da demissão de Miguel Macedo, um dos ministros com mais peso político no Governo, que este domingo largou a pasta da Administração Interna, a grande dúvida é saber o que vai Passos Coelho fazer para que o Governo aguente o ano que falta para cumprir o mandato. O Público escreve esta manhã que a saída de Macedo vai obrigar a fazer uma remodelação alargada, mas as edições online da TVI e Expresso já avançaram esta manhã que Passos vai apenas fazer uma substituição directa. E que já tem nomes.

 

É algo que é expectável, diz o DN, tendo em conta o que Passos Coelho foi fazendo no passado sempre que foi confrontado com a saída de ministros. A primeira vez que o Governo sofreu um golpe na estrutura ministerial ocorreu com a saída de Miguel Relvas, o então ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, em Março de 2013. Passos fez uma mini-remodelação: fez entrar Poiares Maduro para adjunto com os fundos comunitários e Luís Marques Guedes para a Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares.

 

Depois, a saída de Vítor Gaspar obrigou a mais mexidas, mas por uma questão adicional: apesar de ter sido substituído directamente por Maria Luís Albuquerque, em Julho de 2013, a saída do ex-ministro das Finanças criou uma crise no Governo, com Paulo Portas a apresentar a demissão. Foi nesse contexto que Passos partiu ministérios em dois (como o da Agricultura), promoveu Portas a vice-primeiro-ministro e retirou Álvaro Santos Pereira, para colocar Pires de Lima na Economia.

 

Recentemente, Passos Coelho recusou deixar sair Nuno Crato e Paula Teixeira da Cruz, depois do caos na colocação de professores e na aplicação do novo mapa judiciário, respectivamente. Seriam esses os ministros a substituir caso existisse uma remodelação alargada. Além desses, outro forte candidato seria Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros, que tem estado envolvido em várias polémicas, como o facto de ter pedido desculpas a Angola pelas investigações feitas a figuras angolanas.

 

Marcelo Rebelo de Sousa aconselhou Passos Coelho a optar por fazer uma remodelação alargada, porque se não o fizer vai deixar a ideia de que o "Governo está a cair aos bocados". E o DN diz que o PSD exige uma mexida alargada no Governo. Mas Passos Coelho deverá optar pela mexida pequena. A TVI escreve que a saída de Miguel Macedo irá ser colmatada com uma substituição directa, e acrescenta que Passos até já escolheu o substituto de Miguel Macedo – e que o nome será conhecido ainda hoje.

 

Uma informação que é também partilhada pelo Expresso, que adianta que o nome será conhecido entre hoje e amanhã (terça-feira) precisamente para mostrar que o objectivo é fazer uma mexida pequena.

 

Os nomes mais falados são o do actual líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, que já teria sido sondado para substituir Miguel Relvas, e também Luís Marques Guedes, que entrou precisamente para ficar com uma das tutelas de Relvas. José Matos Correia é outro dos nomes em cima da mesa, mas que o Expresso já dá como uma carta fora do baralho.

 

Sobra ainda o deputado Fernando Negrão, que tem uma condicionante: é o presidente da comissão parlamentar de inquérito ao BES. Por outro lado, e a seu favor, joga o facto de já ter sido director nacional da PJ.

 

Macedo terá pedido bilhetes para a Champions para um dos detidos

 

O Correio da Manhã explica hoje que, tal como Macedo afirmou este domingo quando se demitiu, não é o facto de ter estado directamente ligado ao processo de atribuição dos vistos que faz de si um suspeito no processo de investigação. São as relações pessoas que tinha com alguns dos detidos. Em particular com António Figueiredo, o presidente do Instituto dos Registos e Notariado, de quem Macedo seria amigo desde os tempos de faculdade, em Coimbra.

 

Segundo o CM, Macedo foi apanhado a sair de Portugal com António Figueiredo, em direcção a Espanha, onde passou um fim-de-semana longe das escutas da polícia portuguesa, o que poderá indiciar que estaria a par da investigação em curso, conclui o jornal. Por outro lado, Macedo terá pedido bilhetes para a final da Liga dos Campeões, que teve lugar em Maio último no Estádio da Luz, para Zhu Xiaodong, um dos 11 detidos no esquema de corrupção ligado aos "vistos gold".

 

O ex-ministro terá dirigido o pedido a Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol.

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