Notícia
Ramalho Eanes: "Teria sido bom que não tivesse havido este combate" sobre comemorações
O antigo Presidente da República disse concordar com a comemoração feita na Assembleia, na medida em que "é ela que é a expressão política da vontade da sociedade portuguesa".
25 de Abril de 2020 às 13:05
O antigo Presidente da República António Ramalho Eanes considerou este sábado que "teria sido bom que não tivesse havido este combate" em torno das comemorações do 46.º aniversário da revolução de 25 de Abril de 1974.
"Teria sido bom que não tivesse havido este combate" sobre as comemorações da revolução, disse o antigo chefe de Estado, considerando que os intervenientes estiveram "mal".
Em declarações à SIC e à TVI, no final da sessão solene no Parlamento, o antigo Presidente disse que "concordava com a comemoração e concordava com a comemoração feita na Assembleia, na medida em que é ela que é a expressão política da vontade da sociedade portuguesa, da vontade popular".
"Não concordava com o modelo, modelo que foi naturalmente modificado, eu diria mitigado, e portanto é um modelo que se tornou aceitável", justificou.
"Abril é todos os portugueses, e é de todos os portugueses porque ele permitiu que tivéssemos uma democracia constitucional pluralista e o pluralismo não só admite todas as opiniões, como naturalmente se enriquece com essas opiniões e se enriquece tanto mais quantos maiores forem as opiniões representadas", salientou.
Ramalho Eanes foi o único antigo Presidente da República a estar presente na sessão solene, tendo justificado na semana passada a sua presença com "responsabilidade institucional", mas fez saber que discordava do modelo escolhido para a celebração.
Questionado sobre o discurso do atual Presidente da República, que defendeu hoje que "o 25 de abril é essencial e tinha de ser evocado", Ramalho Eanes escusou-se a comentar, salientando que adotou a postura de não falar sobre palavras ou atitudes dos chefes de Estado que lhe sucederam, e que também não iria abrir uma exceção sobre Marcelo Rebelo de Sousa.
Nas últimas semanas, cresceu a polémica à volta do modelo de comemorações do 25 de Abril, quer dentro do parlamento - CDS e Chega foram contra, PAN e Iniciativa Liberal defenderam outros formatos - e fora dele, com duas petições 'online', uma pelo cancelamento e outra a favor da sessão solene, a juntarem centenas de milhares de assinaturas.
Devido à pandemia de covid-19, a sessão solene no Parlamento contou com a presença quatro membros do Governo, cerca de duas dezenas de convidados, e de 46 deputados, e não um terço como estava previamente acordado.
"Teria sido bom que não tivesse havido este combate" sobre as comemorações da revolução, disse o antigo chefe de Estado, considerando que os intervenientes estiveram "mal".
"Não concordava com o modelo, modelo que foi naturalmente modificado, eu diria mitigado, e portanto é um modelo que se tornou aceitável", justificou.
"Abril é todos os portugueses, e é de todos os portugueses porque ele permitiu que tivéssemos uma democracia constitucional pluralista e o pluralismo não só admite todas as opiniões, como naturalmente se enriquece com essas opiniões e se enriquece tanto mais quantos maiores forem as opiniões representadas", salientou.
Ramalho Eanes foi o único antigo Presidente da República a estar presente na sessão solene, tendo justificado na semana passada a sua presença com "responsabilidade institucional", mas fez saber que discordava do modelo escolhido para a celebração.
Questionado sobre o discurso do atual Presidente da República, que defendeu hoje que "o 25 de abril é essencial e tinha de ser evocado", Ramalho Eanes escusou-se a comentar, salientando que adotou a postura de não falar sobre palavras ou atitudes dos chefes de Estado que lhe sucederam, e que também não iria abrir uma exceção sobre Marcelo Rebelo de Sousa.
Nas últimas semanas, cresceu a polémica à volta do modelo de comemorações do 25 de Abril, quer dentro do parlamento - CDS e Chega foram contra, PAN e Iniciativa Liberal defenderam outros formatos - e fora dele, com duas petições 'online', uma pelo cancelamento e outra a favor da sessão solene, a juntarem centenas de milhares de assinaturas.
Devido à pandemia de covid-19, a sessão solene no Parlamento contou com a presença quatro membros do Governo, cerca de duas dezenas de convidados, e de 46 deputados, e não um terço como estava previamente acordado.