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PS atira para outubro posição oficial sobre as presidenciais

Por entre elogios à "boa cooperação" com Marcelo Rebelo de Sousa, o secretário-geral adjunto socialista adiantou que o partido só em outubro tornará oficial uma posição sobre as eleições presidenciais.

António Costa e o seu secretário-geral adjunto, José Luís Carneiro, têm razões para sorrir com os números do barómetro da Intercampus.
José Sena Goulão/Lusa
17 de Setembro de 2020 às 10:44
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José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto e número dois do PS, revelou esta quinta-feira que os socialistas só irão decidir a posição oficial do partido na reunião da Comissão Nacional - órgão máximo entre congressos - prevista para outubro.

Em declarações prestadas no podcast do PS, Política com Palavra, o antigo governante atirou para o próximo mês uma decisão sobre a eleição, porém começou já a traçar, ainda que de forma muito genérica, o perfil que uma candidatura presidencial deve ter para poder beneficiar do apoio dos socialistas. O candidato ou candidata que vier a ser apoiado deve exercer a "função presidencial enquanto fator de equilíbrio e de moderação". 

"É [um cargo]
 bastante exigente e é em função desse exercício que devemos também perspetivar o modo como o PS se deve posicionar em relação a esta eleição", acrescentou. Já sobre uma eventual disponibilidade para apoiar uma recandidatura de Marcelo, um candidato oriunda da direita, Carneiro defendeu que a definição daquilo que é de esquerda ou de direita é hoje uma dicotomia que se apresenta "bastante distante da realidade das opções quotidianas", até porque, não raras vezes, há "personalidades que são progressistas nos valores e depois mais conservadores na dinâmica económica".

Quanto à candidatura presidencial protagonizada pela socialista Ana Gomes, que esta quarta-feira defendeu, em entrevista à RTP, que Marcelo não é um candidato "que possa ser apoiado por socialistas", José Luís Carneiro preferiu contornar a questão, limitando-se a dizer qualquer candidatura a Belém "é, em primeiro lugar, um ato de responsabilidade individual, de responsabilidade pessoal, daquelas e daqueles cidadãos que se querem habilitar ao desempenho da função".

O número dois dos socialistas explicou que a decisão será apenas tomada nessa altura até porque, para já, o partido está sobretudo concentrado em responder a "uma das maiores crises sociais e económicas" a que já se assistiu.

Mesmo sem querer definir qualquer posição, José Luís Carneiro aproveitou para deixar elogios ao mandato desempenhado pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com quem o Governo pôde até agora manter uma "boa cooperação institucional", observada "tanto no plano da política interna como da política externa" e que para o dirigente do PS "foi essencial para virar a página da austeridade e garantir a estabilidade do sistema político português".


Depois de, em maio, o primeiro-ministro, António Costa, ter inusitadamente lançado a recandidatura de Marcelo e antecipado a sua reeleição, numa espécie de anúncio informal de apoio a nova candidatura do chefe de Estado, o presidente da Assembleia da República, o socialista Ferro Rodrigues, confirmou que apoia o atual Presidente se este decidir apresentar-se na corrida a Belém.

Por seu turno, Carlos César, presidente do PS, assumiu nessa altura que Marcelo "é um dos candidatos que preenche potencialmente" os espaços de centro-esquerda e de centro-direita, e afastou qualquer hipótese de vir a apoiar Ana Gomes, que classificou de candidata "distante das pessoas, rude e divisionista". Já o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, que é também o rosto da ala esquerda socialista - com a qual se identifica a diplomata - defendeu que o PS deveria ter um candidato próprio, caso contrário votará na candidatura do Bloco de Esquerda ou do PCP. E esta quarta-feira, Ana Benavente, antiga governante do PS, surgiu entre os apoiantes da recandidatura de Marisa Matias.

Oficialmente, o PS não fez qualquer comentário ao anúncio da candidatura de Ana Gomes. Para além da socialista e na área política mais à esquerda, a bloquista Marisa Matias e o comunista João Ferreira já formalizaram as respetivas candidaturas presidenciais. À direita, são já conhecidas as candidaturas a Belém do populista e líder do Chega, André Ventura, e de Tiago Mayan Gonçalves, apoiado pela Iniciativa Liberal.

Marcelo Rebelo de Sousa, que o Negócios sabe pretender marcar as presidenciais para o terceiro (dia 17) ou quarto (dia 24) domingo de janeiro do próximo ano, só vai decidir se se recandidata em novembro.

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