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Primeiros-ministros de Portugal e Dinamarca unidos em defesa do comércio livre

Os primeiros-ministros de Portugal e da Dinamarca defenderam esta quinta-feira a abertura do comércio mundial e o aprofundamento do mercado único europeu, com Lars Løkke Rasmussen a criticar as tendências proteccionistas da Administração Trump.

Nuno Fox/Lusa
12 de Abril de 2018 às 22:30
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Estas posições foram assumidas esta noite por António Costa e pelo líder do executivo dinamarquês em São Bento, depois de uma reunião que durou mais de uma hora.

 

Perante os jornalistas, o primeiro-ministro português disse que, apesar da distância geográfica entre os dois países, Portugal e a Dinamarca têm posições comuns, designadamente "sobre a importância de haver uma Europa aberta ao comércio livre e que favoreça a existência de acordos comerciais com outras regiões do mundo, caso do Mercosul".

 

"No plano europeu, temos em comum também uma visão de que é preciso completar o mercado único, avançar com as interconexões energéticas e em domínios novos como o digital", referiu António Costa, antes de destacar a cooperação dos dois países no domínio militar e no âmbito da NATO, particularmente no Báltico.

 

"Estou certo que a visão aberta e atlântica que partilhamos levará a que se desenvolvam cada vez mais os laços bilaterais" entre Portugal e a Dinamarca, disse.

 

O primeiro-ministro dinamarquês concordou com as palavras proferidas por António Costa sobre comércio livre e defendeu o reforço dos acordos ao nível regional, designadamente entre a União Europeia e o México, até como contraponto às "tendências proteccionistas" da administração norte-americana.

 

Lars Løkke Rasmussen referiu ainda que o seu país produz actualmente mais energia renovável do que consome, observou que esse caminho também está a ser prosseguido por Portugal e fez uma defesa veemente das potencialidades da economia verde.

 

Porém, o primeiro-ministro da Dinamarca demarcou-se da tese de António Costa sobre a necessidade de se reforçarem as transferências dos Estados-membros para o orçamento comunitário, alegando que a manutenção de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) "é suficiente". "Estamos a falar de mais dinheiro e não de menos dinheiro para o orçamento comunitário, porque 1% do PIB é maior por causa do crescimento económico de cada país", advogou.

 

António Costa respondeu usando o humor: "O jantar a seguir a esta conferência de imprensa vai ser de graça", disse.

 

Lars Løkke Rasmussen está em Portugal no âmbito de uma visita por várias capitais europeias, que também inclui Berlim e Madrid, tendo em vista debater o futuro da União Europeia.

 

Na União Europeia, segundo fonte diplomática portuguesa, a Dinamarca tem assumido um posicionamento considerado próximo do Reino Unido e o chefe do Governo de Copenhaga procura agora um novo "enquadramento" político num contexto "pós-Brexit".

 

Na reunião entre os dois primeiros-ministros, que durou cerca de 75 minutos, foram discutidos temas como económico-financeiros como a união bancária, a reforma da União Económica e Monetária e as migrações.

 

António Costa também apresentou ao primeiro-ministro dinamarquês as razões inerentes à candidatura de António Vitorino ao cargo de director-geral da Organização Internacional para as Migrações.

 

Lars Løkke Rasmussen, de 53 anos, é primeiro-ministro da Dinamarca desde 28 de Junho de 2015, tendo também assumido este cargo entre 2009 e 2011, e lidera o Partido Liberal (Venstre).

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