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População bloqueia ruas de várias cidades venezuelanas

Os venezuelanos bloquearam esta segunda-feira, durante 10 horas, importantes artérias de várias cidades do país, em protesto contra a Assembleia Constituinte promovida pelo Presidente Nicolás Maduro para alterar a Constituição.

Reuters
10 de Julho de 2017 às 23:46
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O protesto, convocado pela oposição, teria uma duração inicial de duas horas, mas a população, através das redes sociais, decidir estender até 10 horas, obrigando a aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) a criticar a decisão popular.

 

O líder opositor e ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski foi fortemente criticado pelos venezuelanos por insistir que o protesto deveria ser de apenas duas horas.

 

Em Caracas, o protesto congestionou importantes áreas da capital, levando a que algumas ruas estivessem praticamente vazias, ao passo que noutras, apesar de o trânsito se fazer num só sentido, circulavam carros em ambas as direcções à procura de formas de escape.

 

Ainda na capital, comerciantes de Chacao (leste) encerraram os seus estabelecimentos à hora de início do protesto e muitos centros comerciais fecharam as suas portas, entre eles San Ignacio e o Centro Lido. Nas portas (fechadas) de alguns comerciantes surgiram grafitis com mensagens como "estamos em rebelião", "Maduro assassino" e "Maduro ditador".

 

Durante mais de quatro horas, elementos da Polícia Nacional Bolivariana reprimiram os estudantes da Universidade Central da Venezuela, que, numa das entradas daquela instituição, realizaram um "bloqueio contra a ditadura". A acção policial provocou pelo menos dez feridos.

 

Em El Rosal (leste), apesar da repressão das forças de segurança, os estudantes prosseguiam (às 22:00 de Lisboa) com o bloqueio que mantém encerrada a auto-estrada Francisco Fajardo, que atravessa a cidade.

 

A imprensa venezuelana deu conta de que quatro pessoas foram feridas, por armas de fogo, durante o bloqueio em Valle Hondo, na cidade de Barquisimeto, Estado de Lara, no centro do país. A ONG Funpaz responsabilizou os funcionários da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) pelo ocorrido.

 

Por outro lado, em Cabudare (oeste do país) há denúncias de ataques da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) contra manifestantes, em pelo menos duas zonas.

 

O "trancazo" foi a primeira acção do que a oposição diz que será uma semana de protestos antes de uma consulta popular, promovida pela oposição para 16 de Julho, junto de praças e igrejas do país.

 

Nesse dia, a oposição realizará uma espécie de plebiscito em que os venezuelanos devem responder se apoiam ou não a Assembleia Constituinte promovida pelo presidente Nicolás Maduro e convocada para 30 de Julho, que dizem que instaurará um regime comunista no país.

 

Por outro lado, com o voto, pretendem exigir que as Forças Armadas iniciem acções para defender a actual Constituição e apoiar o parlamento, onde a oposição detém a maioria, desvinculando-se do Governo.

 

Uma terceira pergunta será feita aos venezuelanos: se aprovam uma renovação dos poderes públicos, a realização de eleições livres e a formação de um governo de unidade nacional.

 

Na Venezuela, os protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro intensificaram-se desde 1 de Abril. Desde então 92 pessoas morreram nessas acções de rua.

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