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PCP mantém disposição para viabilizar Governo PS mas sem ilusões

Após uma reunião de trabalho com os socialistas, esta terça-feira, o PCP manteve a intenção de viabilizar a formação de um Governo socialista, afastando a coligação PSD/CDS-PP do poder, mas sem ilusões sobre a dificuldade de convergência de políticas.

Miguel Baltazar/Negócios
13 de Outubro de 2015 às 19:34
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Num encontro hoje ao princípio da tarde, no parlamento, delegações do PCP e do PS voltaram a debater as opções até à mesma altura em que os dirigentes da Portugal à Frente, os ainda responsáveis governamentais Passos Coelho e Paulo Portas, entraram na sede socialista do largo do Rato para um segundo encontro com o secretário-geral do PS, António Costa, e outros dirigentes.

 

"O PS tem condições para formar Governo, apresentar programa e entrar em funções. Quanto aos desenvolvimentos futuros, eles resultarão da identificação da política que for possível fazer. Como sempre, quer esse Governo, quer os trabalhadores e o povo, em particular, poderão contar com a nossa activa participação para assegurar todas as medidas que correspondam aos direitos, interesses, rendimentos, salários dos trabalhadores, reformados. Tudo o que não corresponda, contarão com a oposição do PCP", disse Jorge Cordeiro, da comissão política do comité central comunista.

 

Além de Cordeiro, o PCP foi representado pelo líder parlamentar, João Oliveira, e por outro membro da direcção do partido, Vasco Cardoso, enquanto os socialistas, que vão encontrar-se quarta-feira com BE e com "Os Verdes", apresentaram-se com o economista Mário Centeno, o deputado Pedro Nuno Santos e o antigo administrador do Hospital Santa Maria Adalberto Campos Fernandes.

 

"Da nossa parte, não iludimos, haverá dificuldades. Partimos de pontos diferentes, muito diferentes, mas isso não nos leva a prescindir da nossa determinação e insistência para serem encontradas as respostas", disse o responsável do PCP, confirmando não estarem agendadas mais reuniões.

 

Segundo Jorge Cordeiro, "havendo possibilidades de soluções governativas diferentes daquelas que resultariam da reedição PSD/CDS-PP", o PCP procurará "que elas sejam exploradas, particularmente no plano da política, no plano da aferição da política, soluções que correspondam às principais aspirações dos trabalhadores portugueses".

 

Entretanto, em entrevista à agência Reuters, divulgada hoje, Costa afirmou que o seu partido está "melhor posicionado para formar Governo", sem representar um "risco para as regras europeias".

 

A coligação PSD/CDS-PP foi a força mais votada nas legislativas de 4 de Outubro, mas sem maioria absoluta de deputados. Logo na noite eleitoral, o presidente do PSD anunciou que sociais-democratas e centristas iriam assinar um acordo para governar e que iria tomar a iniciativa, "no plano parlamentar, de contactar o PS" para procurar entendimentos.

 

Na noite eleitoral, o líder do PS prometeu não fazer parte de uma "maioria negativa" contra PSD e CDS-PP sem haver "um Governo credível e alternativo ao da direita", encetando conversações com todos os partidos que garantiram representação parlamentar.

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