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PCP diz que o actual Executivo "não tem legitimidade para governar"

João Oliveira, líder do grupo parlamentar dos comunistas, considera que a decisão do Tribunal Constitucional prova que o Governo de Passos Coelho não tem legitimidade para continuar em funções.

Bruno Colaço/Correio da Manhã
Negócios 30 de Maio de 2014 às 20:23
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"Esta decisão confirma aquilo que discutimos hoje, na moção [de censura] apresenta pelo PCP", tendo ficado "muito claro que este Governo não tem legitimidade para governar", declarou João Oliveira (na foto).

 

Os juízes do Palácio Ratton "chumbaram" hoje três dos quatro artigos em análise do Orçamento do Estado2014, incluindo os cortes dos salários dos funcionários públicos acima dos 675 euros.

 

Contudo, determinaram que os efeitos do chumbo se produzem "à data do presente acórdão", ou seja sem efeitos retroativos, algo de que o PCP declarou discordar, considerando a medida "injusta", mas remetendo para mais tarde uma análise mais detalhada do acórdão.

 

"Não é aceitável que o Governo tente reverter as suas próprias decisões de violação da Constituição com novas medidas de penalização dos trabalhadores, reformados, pensionistas, jovens, ou seja, de quem trabalha, que é quem tem pago a fatura deste Governo", disse o deputado do PCP.

 

A fiscalização sucessiva da constitucionalidade daquelas quatro normas foi suscitada por deputados do PS no dia 9 de janeiro e pelos deputados do PCP, BE e PEV no dia 17 do mesmo mês.

 

Relativamente à hipótese de o Executivo de Passos Coelho e Paulo Portas recorrer a um aumento do IVA para fazer face às verbas em falta, João Oliveira garantiu que o PCP irá continuar a lutar contra "a natureza de classe deste Governo".

 

"Em vez de aumentar os impostos aos grandes grupos económicos e de acabar com os benefícios fiscais que concede, à banca por exemplo - que só em 2012, escondidos da conta geral do Estado eram 1.045 milhões (de euros) -, o Governo parece mais uma vez insistir em carregar nos impostos de quem menos pode e menos tem", concluiu.

 

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