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PCP diz decisão do TC não foi unânime entre os juízes

O PCP afirmou que o acórdão divulgado esta quarta-feira pelo Tribunal Constitucional mostra a falta de unanimidade entre os juízes e aponta para a inconstitucionalidade de outras matérias, como o corte das pensões através da contribuição da sustentabilidade.

Luis Costa/Correio da Manhã
30 de Julho de 2014 às 21:57
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"Este acórdão do TC obviamente que não vai no sentido da apreciação que o PCP faz", disse aos jornalistas líder parlamentar do Partido Comunista Português, João Oliveira, destacando que a decisão "não é unânime".

 

João Oliveira afirmou que é uma decisão votada por sete juízes, existindo "seis declarações de voto vencidas nesta declaração de constitucionalidade".

 

O Tribunal Constitucional declarou hoje constitucionais as normas do orçamento rectificativo que alargaram a contribuição extraordinária de solidariedade e os aumentos dos descontos para os subsistemas públicos de saúde.

 

"Pelos fundamentos expostos, o Tribunal Constitucional decide não declarar a inconstitucionalidade", lê-se no acórdão do Tribunal Constitucional, divulgado no ´site' da instituição.

 

A decisão de declarar constitucional o alargamento da base de incidência da contribuição extraordinária de solidariedade (CES), com cortes nas pensões acima dos mil euros, foi votada por sete dos 13 juízes conselheiros do Palácio Ratton. Votaram vencidos seis juízes conselheiros (Catarina Sarmento de Castro, João Cura Mariano, Maria José Rangel de Mesquita, Pedro Machete, João Pedro Caupers e Fernando Vaz Ventura). Os juízes conselheiros Maria Lúcia Amaral, João Cunha Barbosa e Maria de Fátima Mata Mouros apresentaram declarações de voto.

 

Na decisão de declarar constitucional os aumentos dos descontos para a ADSE e restantes subsistemas de saúde dos funcionários públicos apenas o juiz conselheiro Carlos Fernandes Cadilha votou vencido.

 

O PCP considera também que alguns dos argumentos utilizados no acórdão apontam para a inconstitucionalidade de outras matérias, nomeadamente a intenção dos cortes nas pensões por via da contribuição da sustentabilidade.  

 

"Os argumentos que o TC utiliza relativamente ao princípio da protecção da confiança, considerando que por se manterem ainda dentro do período abrangido pelo pacto assinado com a troika, estas medidas não deixam de ter um carácter transitório, necessariamente que uma interpretação ao contrário poderá apontar no sentido da inconstitucionalidade de medidas que apontam no sentido de cortes definitivos das pensões como é o caso da contribuição de sustentabilidade", sustentou.

 

João Oliveira salientou que o PCP vai continuar a lutar para inverter estas medidas, que considera "injustas" e "penalizadoras dos rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas". O deputado comunista disse ainda que as medidas "não resolvem os problemas do país, como degradam e acentuam o agravamento da pobreza".

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