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PCP recebeu Dilma e “reafirmou a posição solidária” para com a “presidente eleita do Brasil”
Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, recebeu Dilma Rousseff. Durante o encontro, foi reafirmada “a posição solidária do PCP para com a presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, e de denúncia e condenação do autêntico golpe de Estado que representou a sua ilegítima destituição”.
Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasil, está em Lisboa e foi recebida pelo Partido Comunista Português (PCP). Durante o encontro, refere o comunicado enviado às redacções, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, "reafirmou a posição solidária do PCP para com a Presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, e de denúncia e condenação do autêntico golpe de Estado que representou a sua ilegítima destituição". "Uma operação golpista dirigida contra o processo de sentido progressista e de afirmação soberana que teve lugar no Brasil desde 2003, com a eleição do Presidente Lula da Silva e, posteriormente, com a eleição de Dilma Rousseff à Presidência do Brasil", pode ler-se também no comunicado.
Jerónimo de Sousa terá ainda tido a oportunidade de reiterar a "solidariedade dos comunistas portugueses para com os comunistas e outros democratas, patriotas e progressistas brasileiros e a sua resistência face à ofensiva contra os direitos, a democracia e a afirmação soberana do Brasil conduzida pelo governo golpista de Michel Temer".
O PCP colocou um vídeo no Youtube do encontro. Com pouco mais de um minuto, em apenas menos de 20 segundos se pode ouvir o áudio, pelo que se pode ouvir apenas os cumprimentos iniciais.
Já esta terça-feira, a ex-Presidente do Brasil Dilma Rousseff tinha dito que sectores da sociedade brasileira aproveitaram a crise financeira para criar uma crise política e organizar um golpe parlamentar, com ingredientes misóginos, contra o seu Governo.
"Eu diria que (a misoginia) foi um dos ingredientes, mas não o único, mas certamente um dos ingredientes. O meu processo de afastamento, na verdade, foi um golpe parlamentar", declarou hoje Dilma Rousseff durante uma conferência de imprensa na Fundação José Saramago, em Lisboa.
Dilma Rousseff foi afastada do Governo brasileiro pelo Senado a 31 de agosto de 2016, num processo bastante polémico, por irregularidades administrativas e fiscais.
De acordo com a antiga chefe de Estado e de Governo do Brasil, o seu processo de afastamento do poder "foi visivelmente manipulado", na medida em que não houve algum crime de responsabilidade durante o seu Governo.
Do ponto de vista de Dilma Rousseff, os argumentos utilizados para o seu afastamento poderiam ser considerados como "irregularidade administrativa", que poderiam merecer uma advertência, mas nunca o 'impeachment'.
Indicou ainda que as mesmas medidas governativas também foram utilizadas por governos brasileiros anteriores, sem maiores consequências.