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Passos Coelho diz que o Governo "não gosta de políticas de austeridade"
O primeiro-ministro confrontou o PCP com a incoerência do caminho alternativo que propõe. E sublinhou que ninguém gosta de desemprego nem de austeridade. Nem o Governo.
Jerónimo de Sousa "não sabe explicar aos portugueses o que significaria o caminho alternativo que propõe", acusou Passos Coelho. "O PCP não gosta do desemprego, nós também não. Não gosta de políticas de austeridade, nós também não", exemplificou. Porém, quando se trata de explicar propostas como a saída do euro, o PCP não fala a uma só voz. "Quando é confrontado com a proposta de saída do euro não é inequívoco, e várias vozes da sua bancada dizem 'não é bem assim, não foi isso que dissemos'".
Passos Coelho também criticou a proposta de nacionalizar a economia. "[O PCP] quer nacionalizar todos os sectores importantes da economia nacional, quer a saída do euro, que, no quadro actual corresponde a uma saída da União Europeia", enumerou. A verdade é que "se isso acontecesse, o que aconteceria era um esbulho das poupanças dos portugueses, o regresso a outra moeda que iria criar uma espiral inflacionista, que seria o maior imposto sobre as poupanças dos portugueses".
Em suma, "não seria um regresso ao 25 de Abril [de 1974] mas a um espírito como o que esteve no 11 de Março [de 1975] que os portugueses rejeitaram", afirmou o primeiro-ministro, em alusão ao falhado golpe de Estado que acabou por reforçar os comunistas e acelerou as nacionalizações.
Aliás, Passos Coelho sublinhou que o PSD "foi dos partidos que se bateu contra o processo revolucionário que queria instituir uma ditadura". Jerónimo de Sousa confrontava o primeiro-ministro com o facto de o PSD ter defendido na Assembleia Constituinte as nacionalizações na época do PREC, mas não teve resposta.