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Passos defende esclarecimento do parlamento quando questionado sobre Tecnoforma

O primeiro-ministro defendeu hoje que o parlamento deveria pronunciar-se sobre as condições em que ele próprio exerceu funções de deputado há cerca de 15 anos, quando questionado sobre alegados pagamentos que recebeu da Tecnoforma nessa altura.

Miguel Baltazar/Negócios
19 de Setembro de 2014 às 22:52
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"Estamos a falar de um período em que eu desempenhei funções e acho que era importante que o próprio parlamento pudesse esclarecer as condições em que esse exercício teve lugar", referiu Pedro Passos Coelho, quando perguntado se recebeu ou não pagamentos do grupo Tecnoforma enquanto desempenhou funções de deputado em exclusividade entre 1995 e 1999.

 

Falando à margem da celebração dos 25 anos da Fundação de Serralves, no Porto, o chefe do executivo considerou ser-lhe difícil recordar-se de todas as responsabilidades que exerceu há 15 anos ou mais.

 

"Não tenho presente todas as responsabilidades que desempenhei há 15 anos, 17 e 18. É-me difícil estar a detalhar circunstâncias que não me estão, nesta altura, claras, nem mesmo nas supostas denuncias que terão sido feitas", salientou.

 

Passos Coelho recordou que até ao momento não foi questionado pelo Ministério Público sobre esta matéria, mas assegurou que, caso venha a ser, dará a sua "total" colaboração.

 

"Creio que a Procuradoria-geral da República sabe que da parte do primeiro-ministro, do cidadão Pedro Passos Coelho, tem toda a colaboração para, se existir algum inquérito ou investigação, poder obter toda a minha colaboração para esclarecer qualquer coisa que seja necessário esclarecer do ponto de vista da minha vida profissional durante esses anos", garantiu.

 

Pedro Passos Coelho disse ter "consciência e convicção" de que cumpriu "sempre" as suas obrigações legais.

 

De acordo com a revista Sábado, a procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, recebeu este um ano uma denúncia sobre alegados pagamentos do grupo Tecnoforma a Pedro Passos Coelho quando este desempenhou funções de deputado em exclusividade entre 1995 e 1999 (e que ascenderiam a 150 mil euros).

 

De acordo com a revista, essa situação violaria a lei em vigor, que impede os deputados que optem pela exclusividade de funções de acumular outros rendimentos no Estado e em empresas e associações públicas e privadas. "Enquanto cidadão tenho consciência e convicção de ter cumprido sempre todas as minhas obrigações legais", acentuou.

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