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PAN não quer que OE fique "pelo caminho" e critica interferência da Justiça na política

Inês Sousa Real sublinhou que o primeiro-ministro se demitiu "por força de uma investigação sem que haja conhecimento dos factos e sem que haja uma constituição como arguido".

José Sena Goulão/Lusa
08 de Novembro de 2023 às 14:03
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Depois de ouvida pelo Presidente da República, Inês Sousa Real, do PAN, diz que o partido está comprometido com "qualquer solução", mas defende a importância de salvaguardar "a conclusão do Orçamento do Estado" pelo "pouco de avanço" que traz para os portugueses. A deputada deixa também críticas ao poder da Justiça para "deitar abaixo um Governo.

"Temos a consciência que os portugueses a este momento vivem momentos muito difíceis e que o pouco de avanço que este Orçamento trazia no aumento do IAS, no aumento do ordenado mínimo, na manutenção que estávamos a negociar para que o IVA Zero se mantivesse no ano que vem, no abono de família [...] todo esse trabalho não deve ficar pelo caminho porque as pessoas precisam de respostas agora e não daqui a uns meses", afirmou a deputada única do PAN.

Inês Sousa Real sublinhou que o primeiro-ministro demitiu-se "por força de uma investigação sem que haja conhecimento dos factos e sem que haja uma constituição como arguido" e mostrou-se preocupada pelas interferências do poder judicial ao ponto de "deitar abaixo um Governo e, com isso, abrir uma crise política".

"Não sabemos os factos em concreto, mas é com preocupação que vemos o poder judicial a poder deitar abaixo um Governo e com isso abrir uma crise política e acima de tudo uma crise económica para o país. E, portanto, é evidente que caso se venha a comprovar que não existia nada de fundamentado no processo, terá que haver as devidas conclusões e o devido escrutínio por parte do Conselho Superior de Magistratura", explicou.

A deputada pediu, por isso, que os processos sejam "mais céleres", reiterando que não se pode "estar anos à espera para saber o que é que vai sair dessa investigação" e que "não se pode primeiro abrir uma investigação e procurar depois escrutinar qualquer tipo de facto que possa vir ou não a justificar a demissão que ocorreu".

"É com muita preocupação que o PAN olha para termos já um segundo caso de alegada corrupção associada a uma figura mais alta do Estado, neste caso o primeiro-ministro. Respeitamos o princípio da presunção da inocência, ainda para mais quando estamos a falar apenas de uma alegada investigação", concluiu.
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